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Em sete anos, País deve ter 43 mil jovens assassinados

Agência Estado
11 out 2017 às 08:35
- Tânia Rêgo/ Agência Brasil
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Em sete anos, 43 mil adolescentes devem ser vítimas de homicídio no País. Por dia, a média deve ser de 16 assassinados (com idades de 12 a 18 anos) entre 2015 e 2021 se mantidos os atuais índices de violência. Homens, mostram as estatísticas, têm 13,5 mais risco de serem vítimas do que mulheres. O perigo para jovens negros é 2,8 vezes maior na comparação com brancos. O Nordeste é a região mais violenta para a faixa etária.


Isso é o que revela um levantamento feito pelo Unicef, braço das Nações Unidas para a infância, Secretaria dos Direitos Humanos, o Observatório das Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A estimativa é baseada no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que cruza dados oficiais e considera mortes de jovens por homicídio em 300 municípios com população acima de 100 mil habitantes.

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Em 2014, o IHA mostrava que, a cada mil adolescentes com 12 anos na época, 3,7 devem morrer por homicídio antes dos 19 anos. O índice é alto, diz o estudo, porque uma sociedade não violenta deve apresentar valores próximos a zero.

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O valor de 2014 é o maior da série desde o início do monitoramento, em 2005. O Nordeste apresentou os índices mais elevados: há três anos, a região perdeu 6,5 adolescentes para cada grupo de mil pessoas, o dobro da tendência nacional.

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Em março, Gleicia Marques perdeu o filho caçula, de 18 anos, para a violência. Sem passagem pela polícia, Arthur foi executado com seis tiros de pistola, a 400 metros da casa da avó, em Fortaleza. "Olho para esta foto todos os dias, com sede de justiça", diz Gleicia, mostrando a fotografia do rapaz morto, todo ensanguentado, sobre uma calçada.


Na época, ele havia acabado de passar em uma entrevista de emprego. "Tinha planos de comprar uma moto e estava feliz. Era um jovem comum", conta a mãe. Mais de seis meses após o crime, os motivos e o autor são desconhecidos.

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O titular da Secretaria de Segurança e Defesa Social do Ceará, delegado André Costa, reconhece o recrudescimento na violência, com grande parte de óbitos ligados à disputa de facções e ao tráfico de drogas. Ele também cobra mais apoio da União. Procurado para comentar a pesquisa, o Ministério da Justiça não se manifestou.


Das dez capitais mais violentas para adolescentes, o Nordeste concentra sete. Fortaleza lidera - com 10,94 adolescentes assassinados a cada mil. Planos assistenciais federais, como o Bolsa Família, e a melhoria de indicadores sociais e de renda na região nos últimos anos não foram suficientes para controlar os homicídios no Nordeste.

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Para Ignácio Cano, um dos autores do estudo e professor da Uerj, uma das explicações é que o crescimento demográfico e econômico pode ter vindo junto de aumento das atividades criminosas. "O índice é elevado justamente na região onde os programas de transferência de renda foram mais fortes, mas é preciso considerar que a melhoria de condições de vida têm impacto em médio e longo prazo, e não de forma imediata", diz.


No País, a pequena cidade de Serra, na Grande Vitória, tem a maior taxa de adolescentes mortos: 12,74 por mil. Grande parte tem origem no tráfico. Durante a paralisação de policiais militares em fevereiro, Serra foi o município capixaba que registrou maior número de homicídios (incluindo adultos).

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"Acreditamos que a evasão escolar é um dos principais fatores que levam esses adolescentes a ingressarem no mundo do crime. Estamos empenhados em colocar cada vez mais jovens nas escolas", afirma o secretário de Direitos Humanos capixaba, Júlio Pompeu.


Perfil. "Cruzando os dados com outras pesquisas, as vítimas são os jovens do sexo masculino, negros, de baixa escolaridade e moradores da periferia", afirma Cano. E homicídios por armas de fogo são 6,1 mais prováveis do que por todos os outros meios juntos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.J


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