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Reportagem Especial

Abuso sexual na infância: o perigo mora ao lado

Loriane Comeli - Redação Bonde
31 dez 1969 às 21:33
Apenas em 2008, 190 crianças foram vítimas de abuso sexual; agressores, na maioria absoluta dos casos, têm laços afetivos com a vítima - Reprodução
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Até novembro de 2008, 190 crianças e adolescentes foram vítimas de violência sexual em Londrina. A maioria dessas crianças – 140 ou 73% delas – foi agredida por uma pessoa muito próxima de sua família, como um vizinho, um amigo dos pais, alguém com quem ela tem um vínculo estreito de confiança.

Esses dados chocantes são do Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas 3), o antigo projeto Sentinela, que atua em Londrina desde 2002 atendendo crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

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Em segundo lugar no triste ranking de agressores, estão os pais biológicos das crianças. Foram atendidos 77 casos em que o pai violentou o filho ou a filha – aliás, as meninas são a maioria das vítimas, em comparação com os meninos. Os padrastos estão em terceiro lugar; em seguida, estão outros familiares, como irmãos e tios. Há casos de mulheres agressoras, mas esses são raros.

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"Diante destes números, a gente percebe que aquele conselho que todos os pais dão para que a criança não converse com estranhos, não aceite nada de estranhos, não é suficiente para prevenir essa triste realidade", afirmou Télcia Lamônica, coordenadora do Creas. "Os padrão dos agressores no caso de violência sexual em Londrina e no Brasil todo é sempre uma pessoa próxima da criança, incluindo pai, padrasto, tios, irmãos", acrescentou.

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Em razão disso, o Creas desenvolve um trabalho preventivo com crianças, especialmente com alunos de 1ª a 4ª séries, que são a maioria das vítimas. O trabalho consiste em orientar sobre que tipo de contato é normal por parte dos adultos. "Muitas vezes, a criança não sabe que determinado tipo de toque é uma violência; se sente incomodada, mas não consegue discernir um carinho normal de uma violência sexual", explicou Télcia.


Prostituição infantil

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O Creas também presta atendimento aos casos de prostituição infantil. "Nesses casos de exploração sexual temos a ajuda do projeto Sinal Verde, que faz várias rondas no período noturno", explicou Télcia. O grupo também faz visitas a estabelecimentos onde as crianças e adolescentes possam estar sendo aliciadas.


Histórico

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Desde sua fundação com Sentinela, em 2002, até 2008, o Creas atendeu 120 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Além do atendimento imediato à vítima, o programa também presta apoio psicológico e social às famílias das crianças. Em 2007, foram 261 casos novos, com 515 crianças atendimentos a casos antigos; No ano passado, até novembro, foram 190 casos novos e 450 atendimentos.


Os números demonstram uma diminuição no número de casos, que para Télcia Lamônica, pode ser atribuída ao trabalho de prevenção e à orientação para que as pessoas denunciem violências desta natureza. "A denúncia é a nossa arma mais forte, porque só com a investigação, punição e atendimento familiar, a gente consegue interromper este ciclo de violência".

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A equipe do Creas é composta por assistentes sociais, psicólogos, terapeuta familiar e educador social, num total de 23 profissionais.


Serviço

As denúncias de abuso contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo telefone 3336-2003 ou pessoalmente na Rua Ibiporã, 573, em horário comercial. Eventuais denúncias em outro período do dia devem ser feitas ao Conselho Tutelar, que tem um telefone para atendimento durante 24 horas por dias: o número é 9991-6752.


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