Com uma equipe mínima de funcionários, o Cine Teatro Ouro Verde voltou a fechar as portas nesta segunda-feira (24), após o fim do Festival Internacional de Música de Londrina (FML). A diretora da Casa da Cultura da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cleuza Cacione, confirmou que o local foi aberto durante a manhã apenas para a retirada de equipamentos utilizados na última apresentação do evento.
O Ouro Verde foi reinaugurado em 30 de junho, depois de passar cinco anos fechado, em decorrência de um incêndio. Segundo Cleuza, a permanência do teatro em operação é inviável neste momento, enquanto a equipe não é reposta – atualmente, conta com apenas três funcionários, mas 18 seriam necessários. Na reinauguração, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), ao lado da reitora da UEL, Berenice Jordão, assinou a contratação de funcionários para manter o local em atividade.
Cleuza disse que, durante o FML, o Ouro Verde contou com uma equipe de apoio do próprio festival. A vigilância teve ajuda da prefeitura da UEL, que fez o revezamento para cuidar da porta da entrada. Já as zeladorias ficaram sob responsabilidade dos funcionários da própria Casa da Cultura, que "transferiram" o expediente para lá. "E os servidores [do Ouro Verde] agora vão compensar as horas extras que fizeram desde que o teatro foi reinaugurado, já que não podemos pagar. Eles trabalharam em três turnos e iam embora por volta das 23h todos os dias."
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O Ouro Verde deve voltar a abrir no Festival Internacional de Teatro de Londrina (Filo), em esquema parecido com o do FML. De acordo com Cleuza, nos dois casos, há convênio da organização com a UEL para a realização. "Não seria justo nosso convênio ser realizado em outro espaço sendo que temos um local próprio [para as apresentações]."
Preocupação no Museu Histórico
Enquanto o Ouro Verde fecha as portas por falta de funcionários, o Museu Histórico de Londrina também ameça parar devido ao enxugamento da equipe de cinco para duas pessoas, após a solicitação de aposentadoria para três servidores. A diretora acadêmica do órgão, Regina Célia Alegro, afirmou que tem preocupação com o aparente desinteresse do Estado em contratar novos funcionários e que, mesmo que ocorra, não teriam as habilidades e experiência desenvolvidas pelos veteranos.
Para ela, o ideal seria nomear ao menos três técnicos nos postos desocupados – há doze postos desprovidos – para que absorvam o conhecimento daqueles que estão para deixar o serviço.
Outro lado
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) informou que a contratação dos servidores anunciada pelo governador "está garantida" e que só aguarda a publicação do edital.
O órgão ainda informou que a contratação não ocorreu antes da reinauguração porque os postos serão preenchidos por candidatos aprovados em quatro processos seletivos diferentes, o que tornou mais burocrático o procedimento.
Após passar pela Seti, o protocolo de contratação passa para a Secretaria da Fazenda, que analisa o impacto financeiro e, em seguida, segue para a Casa Civil, responsável pela publicação do edital de convocação.
No caso do Museu Histórico de Londrina, a pasta informou que compreende a antecipação do fato pela diretora acadêmica, mas informou que a contratação só pode ocorrer depois da formalização da vacância do posto.