A Mesa Executiva da Câmara Municipal de Londrina (CML) discutiu na manhã desta sexta-feira (13) a postura fiscalizatória do vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, em Unidades de Pronto-Atendimento (UPA). Mesmo que o comportamento nas visitas seja analisado, o presidente do Legislativo, Mario Takahashi (PV), diz que vai pedir ao Executivo que oriente os servidores sobre a função fiscalizatória inerente à atividade parlamentar.
A reunião é um desdobramento de pedido do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná, na tarde de quinta-feira (12), após duas visitas do parlamentar à UPA do Jardim do Sol, nos dias 5 e 11 deste mês, que acabaram em confusão. Além do pedido de intervenção da Mesa Diretora, tanto o sindicato quanto o Conselho Regional de Medicina (CRM) encaminharam representação contra o vereador à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que será eleita depois de terminado o recesso.
Nas duas ocasiões em que o vereador do PR esteve na UPA, questionou o cumprimento da escala de médicos. Sua equipe filmou funcionários, pacientes e consultórios, além de performances do próprio parlamentar. Apesar de dizerem entender a função fiscalizatória dos parlamentares, os profissionais reclamam da exposição de imagens pessoais, que podem levar os usuários a se voltarem contra os funcionários da unidade de atendimento, além das gritarias, que prejudicam tanto o atendimento quanto a recuperação dos pacientes.
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Takahashi disse que a Mesa recebeu documentos que fundamentariam os atos de Boca Aberta na UPA. Também afirmou que foi discutido o modo como devem ser feitas as fiscalizações e que será solicitado ao secretário de Saúde, Luiz Koury, que oriente os coordenadores dos plantões que liberem o acesso dos parlamentares para os atos fiscalizatórios.
Boca Aberta confirmou a entrega de documentos audiovisuais e impressos, como boletim de ocorrência contra escala de médicos que ele afirma ser fraudulenta, e avalia que a reunião foi positiva. Ele defende que seu comportamento é anterior à sua eleição, mas admite que, se necessário, pode tentar amenizar para evitar animosidades. "Mas faço isso pelos pacientes e pela maioria dos médicos", diz, atribuindo os conflitos "a 2% dos médicos e enfermeiros que não querem trabalhar e sobrecarregam os colegas".