A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) concluiu na quarta-feira (22) a instalação de novos dispositivos luminosos no cruzamento da Avenida Juscelino Kubitschek com a Rua Uruguai, na região central de Londrina. Para controlar o fluxo, nos semáforos do local foram colocadas lâmpadas de LED de uso residencial – que consomem menos energia, têm baixa produção de calor e podem ser adquiridas a preços mais acessíveis que às normalmente utilizadas nos sinaleiros. A medida, implementada em caráter experimental, tem como objetivo a economia de recursos com compra, acendimento, manutenção e reposição dos equipamentos.

Segundo o diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, a implantação de lâmpadas LED residencial no sistema semafórico é uma proposta inovadora, possivelmente adotada em poucas cidades do país. Elas têm custo médio quase 10 vezes inferior às "bolachas" de LED –compostas por pequenas lâmpadas fixadas em formato circular. Um levantamento realizado pela companhia indicou que, enquanto uma tecnologia pode ser encontrada no mercado a cerca de R$ 20, a outra chega a valer R$ 180. Além disso, uma tem vida útil de aproximadamente 25 mil horas, ao mesmo tempo em que a outra dura 20 mil.

Se a comparação for em relação às lâmpadas incandescentes – também utilizadas nos semáforos da cidade – o custo / benefício também se mostra vantajoso. Apesar de a faixa de preço ser mais em conta – na casa dos R$ 8 – a duração delas é de aproximadamente 2 mil horas, com alto consumo de energia.

Levantamento

Atualmente, o município possui cerca de 250 cruzamentos semaforizados. Neles estão instalados cerca de 190 equipamentos de controle de fluxo, onde 2.142 lâmpadas operam simultaneamente. Do total, 1.520 são do tipo "bolacha" de LED e outras 622 são incandescentes.

O sistema consome mensalmente 55.728 kWh, o que faz com que o Município precise desembolsar cerca de R$ 35.319 com a conta de luz. Deste montante, R$ 28.383 correspondem ao gasto de energia dos dispositivos incandescentes, apesar de eles serem minoria na malha viária local.

O estudo elaborado pela diretoria de Trânsito da CMTU apontou que, se considerada a substituição de todas as unidades desta categoria pelas lâmpadas LED residenciais, os valores repassados à Copel poderiam cair para R$ 4.257, uma economia de 85%. No quesito durabilidade, observada a vida útil das duas variedades, o investimento na troca dos dispositivos pode ser reduzido de R$ 736 para R$ 184 por mês. A diferença chega a R$ 6.624 anuais, o que representa economia de 75%.

Se o assunto for custo operacional – que leva em conta os salários pagos à equipe de manutenção de semáforos e o tempo necessário para a substituição de uma lâmpada queimada – a redução de gastos poderia alcançar os 90%, caindo de R$ 83.572 ao ano para R$ 8.357. Para efeitos de cálculo, foram inclusos na estimativa os vencimentos e encargos totais referentes a dois funcionários (arredondados para R$ 10 mil por mês), mais o período entre deslocamento, posicionamento na via, interdição do fluxo e conclusão do serviço no semáforo (calculado em 30 minutos). Na soma não foi considerado o custo com o combustível dos veículos utilizados na operação.

Previsão - De acordo com o diretor Hemerson Pacheco, em uma eventual aquisição de 2 mil "bolachas" de LED, a CMTU precisaria investir aproximadamente R$ 360 mil. Já se as 2 mil unidades forem da modalidade LED residencial, o custo pode ficar em torno de R$ 40 mil.

"Trata-se de uma enorme economia, capaz de trazer muitos benefícios à cidade, tanto no que se refere aos custos quanto na durabilidade do material. Atualmente, fizemos a substituição de cerca de 92 lâmpadas queimadas por mês. Esse número pode ser ainda maior quando a cidade registra chuvas fortes ou os aparelhos sofrem corte de energia. Acreditamos que, com a novidade em teste, esse número pode cair consideravelmente", afirmou Pacheco.

O diretor explicou que, os testes em curso na JK com a Uruguai se mostraram satisfatórios e a CMTU estuda a compra de mais LEDs residenciais, com a intenção de ampliar a medida para outros cruzamentos da cidade. O diretor informou, que a troca será gradativa, dando prioridade às vias cujos semáforos são escalonados, compostos de duas colunas verticais nas cores vermelha e verde.