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Em Londrina

Superpopulação de pombos segue sem solução há uma década

Simoni Saris - Equipe Folha
24 jun 2016 às 08:23
- Gustavo Carneiro - Equipe Folha
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Há pelo menos uma década Londrina discute mais intensamente, porém sem sucesso, uma solução para o problema dos pombos. Várias tentativas de erradicação das aves já foram testadas, mas nenhuma se mostrou realmente eficaz. No município de cerca de 550 mil habitantes há mais de 400 mil dessas aves nas zonas urbana e rural, segundo a última estimativa feita na cidade. É quase um exemplar para cada habitante. Os efeitos da superpopulação de pombos são visíveis, principalmente na região central, onde as fezes das aves formam uma crosta em ruas e praças. Além da sujeira, tem o mau cheiro. As reclamações da população são muitas, mas não há sinal algum de que o fim do problema se aproxima.

O Bosque Municipal Marechal Cândido Rondon (centro) é um dos pontos com maior infestação de pombos. O local também é caminho da dona de casa Maria Aparecida Tobias, que costuma tapar o nariz para atravessar de uma ponta a outra. "É muito fedido. A solução é matar todas essas pombas. A saúde do povo é mais importante do que as pombinhas", disse.
O aposentado Tula Monteiro também defende o abate dos animais. "É uma situação calamitosa e ninguém resolve nada. Fica só no papo. Tinha que exterminar as pombas, matar, caçar. Não é um animal que está na lista de extinção. Esse tipo de ave existe no mundo inteiro", afirmou.
"É uma nojeira, infelizmente. Nossa cidade está meio largada. O problema deveria estar resolvido há muito tempo. Está faltando eficiência para tratar disso. Uma amiga minha, com quem eu vinha caminhar todos os dias aqui (no Bosque) morreu de criptococose. Depois disso eu parei de fazer caminhada, mas ainda passo por aqui de manhã e à tarde. Quantas pessoas vão ter que morrer?", queixou-se a vendedora Neide Elias Costa.

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A criptococose é uma doença causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, encontrado principalmente nas fezes de pombos. Em Londrina, nos últimos sete anos, pelo menos quatro pessoas morreram vítimas da doença.

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ONDAS E MULTA

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Desde 2009 a prefeitura passou a discutir com maior frequência o problema das pombas e várias medidas foram adotadas para tentar reduzir a quantidade de aves na cidade e amenizar os efeitos da superpopulação. Refletores que simulam a luz solar e confundem as aves já foram instalados no Bosque, aparelhos eletromagnéticos emissores de ondas que desorientam os pombos foram testados e um decreto assinado em 2009 pelo então prefeito José Roque Neto previa advertência e multa para quem fosse flagrado alimentando os pombos em locais públicos ou privados.


Em 2010 a prefeitura chegou até a investir R$ 20 mil na construção de um pombal no Cemitério São Pedro, na região central da cidade. A ideia era que as aves procurassem o local como abrigo noturno e ali depositassem seus ovos, que seriam destruídos e substituídos por ovos sintéticos. O pombal acabou sendo desativado há cerca de dois anos porque assim como as outras medidas, não se mostrou eficaz.


No momento, a prefeitura realiza medidas apenas paliativas para minimizar a sujeira e o mau cheiro causados pelas fezes dos pombos. Funcionários da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e Sercomtel Iluminação atuam na limpeza e poda dos galhos de árvores do Bosque para reduzir a sujeira acumulada nas calçadas.

"Não há nenhuma ideia nova para erradicar os pombos", disse o biólogo e gerente de Projetos da Sema, Paulo Cezar Dolibaina. "A proposta de abate já foi descartada porque há um grande número de aves na zona rural. A gente iria tirar essas pombas e elas iriam voltar. É um problema macrorregional que acontece no Sul e Sudeste do Brasil."


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