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Roque Luiz da Rocha, um excelente contador de histórias

Fernanda Circhia - Redação Bonde
13 dez 2017 às 21:29
- Arquivo Pessoal
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Seo Roque Luiz da Rocha foi um excelente contador de histórias, segundo seus filhos Luiz Carlos Paixão da Rocha e Sandra Regina da Rocha. Seo Roque contava histórias infantis que fazem parte do imaginário dos filhos e netos. Baiano de Rio das Contas, pequena cidade na Chapada Diamantina. Ainda pequeno mudou-se para a cidade vizinha Livramento de Nossa Senhora. "De uma família de vários irmãos e irmãs, aos 18 anos decidiu dar novos voos em sua vida e veio para Londrina junto com um padrinho. A cidade promissora do café", conta Luiz Carlos.

Em Londrina, instalou-se na região do Limoeiro, zona rural da cidade, onde passou a maior parte de sua vida. Na cidade, ele trabalhou como agricultor, campeiro e administrador de fazendas. Em 1966, casou-se com Zilda de Novais Rocha, com quem foi casado por mais de 50 anos. Dona Zilda está se adaptando a nova situação, conforme Luiz Carlos. "Ela tem mostrado bastante força. Ela é uma espécie de esteio em nossa família." Sobre seus pais, Luiz Carlos ressalta que "a cumplicidade dos dois sempre os encantou muito".

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Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal - Seo Roque e Dona Zilda
Seo Roque e Dona Zilda


Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal - Seo Roque, Dona Zilda com os netos comemorando Bodas de Ouro
Seo Roque, Dona Zilda com os netos comemorando Bodas de Ouro


"Em toda esta trajetória de vida destacam-se o senso de justiça, a alegria, honestidade e a arte de fazer amigos. Isto ficará para nós, filhos e filhas, como um grande ensinamento", valoriza Luiz Carlos. A valorização da educação é outra marca de Seo Roque. "Na infância, não teve a oportunidade de ir à escola. Mas frequentou já na cidade de Londrina, o antigo Mobral. Lembro que meu pai coordenava uma caravana de pessoas que saiam do Limoeiro todas as noites para estudar na cidade, mesmo depois de um dia de trabalho pesado na roça."

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"A valorização da educação com certeza é uma das principais marcas que o pai nos deixou. Mesmo morando na zona rural no Limoeiro, e mais tarde em Florestópolis, nenhum dos sete filhos ficaram sem estudar. Uma das primeiras preocupações de meu pai quando fazíamos alguma mudança de endereço era se teríamos condições de ir até a escola. Não é à toa que todos estudaram, e boa parte já tem o ensino superior. O afeto e o carinho e a preocupação que sempre teve com o futuro dos filhos foi aos poucos se transferindo aos netos."

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Para Luiz Carlos, poucos netos tiveram o prazer de ter um avô tão preocupado e carinhoso. "Mesmo com seu jeito durão às vezes, encantava as pessoas com a sua alegria e entusiasmo. Por onde passou sempre foi líder e fez a diferença." Luiz guarda vários momentos que teve com seu pai, mas especialmente aqueles em que percebia a alergia e o orgulho dele com um sucesso ou desafio superado pelos filhos ou netos.


Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal - Seo Roque e Dona Zilda com seus filhos
Seo Roque e Dona Zilda com seus filhos


"O orgulho ficava estampado em seu rosto. Sempre foi um incentivo para cada um de nós. Um momento marcante foi quando junto com minha irmã Sandra fomos com ele até as terras em que viveram meu pai e minha mãe na Chapada Diamantina. Este encontro com a história e com a nossa origem foi especial. Lá encontramos raízes em uma região com muitas influências africanas e quilombolas. Podemos materializar as histórias que meu pai sempre contava das terras e dos familiares. Ah! Meu pai era um excelente contador de história. Amávamos ouvi-lo. A satisfação de meu pai com esta viagem foi extraordinária."

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Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal - Seo Roque adorava pescar
Seo Roque adorava pescar


Para sua filha Sandra, Seo Roque sempre foi muito sério e correto em suas ações. "Brincalhão e excelente contador de histórias infantis que fazem parte do imaginário dos filhos. Lembro da história da cabra e os sete cabritinhos, a onça e o macaco. Ele fazia vozes e amávamos. Com os netos, um avô carinhoso e amado. Ensinou a todos a importância da honestidade, da humildade, do caráter, o respeito pelo ser humano e o valor da educação. Muito amado na comunidade, deixou muitos amigos, com suas brincadeiras e piadas, era fã dos filmes de Mazzaropi, gostava da vida no sítio, pescar, ouvir moda de viola, passear na praia, cozinhar e comemorar a visa nos diferentes momentos."


Deixa esposa, sete filhos, nove netos e um bisneto. Dia 4 de dezembro, aos 78 anos, de câncer.

O Portal Bonde publica obituários todas as quintas-feiras. O leitor que quiser homenagear alguém nesta seção, pode entrar em contato pelo telefone (43) 3374-2151, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. O obituário é gratuito.


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