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Um PM para cada 630 habitantes

Efetivo policial do Paraná é um dos piores do País

Rafael Fantin- Folha de Londrina
27 ago 2015 às 07:43
- Paulo Lisboa/Equipe Folha
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O Paraná tem um dos piores efetivos na Polícia Militar e Civil no Brasil, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o Paraná possui o efetivo de 17.465 policiais militares, o que representa um PM para cada 630 habitantes, a segunda pior proporção no País, melhor apenas do que o Maranhão, onde o índice é de 1 por 881. Ainda conforme o IBGE, o Estado tem um policial civil para cada 2.366 paranaenses, proporção que fica entre as cinco piores do País. O efetivo de agentes militares e civis no Paraná também está abaixo da média da Região Sul, que tem um PM para cada 583 habitantes, e um servidor da Polícia Civil para cada grupo de 2.152 habitantes.

O diretor de comunicação da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), coronel César Alberto Souza, informou que a partir de 2011 o Governo do Estado contratou cerca de 6.800 policiais e bombeiros, no entanto, aproximadamente 3 mil servidores saíram das corporações ou iniciaram a aposentadoria. "Anualmente, 780 policiais e bombeiros se aposentam no Paraná, o que é inadiável por causa do processo compulsório por idade ou por 35 anos de serviço", disse.

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Além disso, ele comentou que a nomeação de 2 mil policiais do concurso público de 2012, prevista para novembro de 2014, foi adiada para janeiro do próximo ano. "Alguns policiais militares também se aposentam antes da hora por falta de perspectivas na carreira e devido aos atrasos nos pagamentos de promoções e progressões. A desvalorização gera o desencanto", criticou.

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Segundo o coronel, cerca de 7,5% do orçamento do Paraná são destinados para área de segurança. Ele comparou o investimento realizado por outros estados, como Santa Catarina e Minas Gerais, que gira em torno de 10%. "Não existe mágica, já que a segurança pública é feita por pessoas. Equipamentos e câmeras são importantes, mas não substitui o policial, que é responsável pela correta utilização dos aparelhos de segurança", comentou.

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O coronel ainda esclareceu que a Organização das Nações Unidas (ONU) não recomenda o mínimo de policiais por habitantes por causa das diferentes realidades no mundo, no entanto, os países europeus possuem a média proporcional de 1 policial para cada grupo de 250 pessoas. "Nenhum desses países tem um índice acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes. No Paraná, o número de homicídios é o dobro", comparou.


Descaso

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O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil no Paraná, Claudio Marques Rolim e Silva, classificou a falta de efetivo como "descaso histórico". "É uma falácia a declaração que vão aumentar os salários dos policiais ao invés de contratar mais servidores. No fim, nenhuma coisa acontece", reclamou. Além disso, o presidente considerou que a ausência de policiais coloca em risco o trabalho da corporação e aumenta a insegurança da população. "A sociedade fica exposta e o policial permanece vulnerável quando trabalha sozinho."


Silva ainda afirmou que existe a necessidade de contratação de escrivães, investigadores e delegados na Polícia Civil. "Existe a previsão de contratação de 53 delegados, sendo que 150 foram aprovados em concurso público. O ideal seria que todos fossem nomeados. Atualmente, alguns delegados respondem por duas ou três delegacias e 13 comarcas que estão sem comando no Paraná", informou.

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Inteligência


O professor de Ciências Políticas do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cleber da Silva Lopes, afirmou que a proporção entre efetivo e população não pode ser utilizada, isoladamente, como indicador para medir a segurança pública. Ele lembrou que o Estado de Alagoas, que tem um policial militar para cada 463 habitantes, tem 65 homicídios por cada grupo de 100 mil moradores.

Além do número de profissionais de segurança, o professor disse que a formação dos policiais, treinamento e estratégias combinadas com uso da tecnologia também devem ser avaliadas."O monitoramento dos pontos mais críticos e o serviço de inteligência são fundamentais para a melhoria no setor. A transparência na divulgação de dados é outro ponto positivo para o acompanhamento da população", avaliou.


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