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Problema para o Estado

Sucateadas, cadeias públicas são 'bomba-relógio' no Norte do Paraná

Danilo Brandão - Redação Bonde
19 set 2017 às 07:30
- Bruno Passadore/DPPR/Divulgação
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Superlotação, falta de higiene e fugas constantes. Esta é o realidade de grande parte das cadeias públicas do Norte do Paraná. Apesar de serem construídas para abrigarem apenas presos provisórios, quase 10 mil detentos estão instalados em cadeias públicas ao redor do Estado, número muito maior que o ideal. Deste número, cerca de 70% são provisórios, com quase 3 mil já condenados. Os dados são da Secretária de Estado de Segurança Pública (Sesp).

A situação atrapalha a rotina de trabalho, principalmente de policiais civis que ficam com a responsabilidade de vigiar os detentos e acabam sofrendo desvio de funções.

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Em Rolândia, são 97 detentos em um local com capacidade para 48. Segundo o delegado Bruno Silva Rocha, a situação é insustentável para os profissionais. "Os investigadores não têm treinamento para exercer essa função. Aqui, nós temos um terço do que seria necessário para a investigação e ainda preciso deslocar um efetivo grande para cuidar dos detentos."

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De acordo com o delegado, a presença dos detentos que já foram julgados fazem das cadeias uma bomba relógio para o Estado. "A grande maioria já foi julgada, condenada, eles estão aqui de forma ilegal. Sem esses presos, ficaríamos com um terço dos detentos que abrigamos hoje. Seria o ideal."

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Outra cidade que vive situação semelhante é Maringá. No começo deste mês, após fazerem um agente refém, 18 detentos fugiram pelo teto do local. No momento da fuga, havia 80 detentos na cadeia. A capacidade é para 16.


Os problemas se repetem. Em Ibiporã, são 155 detentos espremidos em um espaço para 35. Segundo o delegado Vitor Dutra de Oliveira, além da superlotação, os policias enfrentam dificuldades para controlar os detentos, devido à proximidade da cadeia com a rua.
A proximidade facilita a aproximação de pessoas. Que jogam celulares para dentro das celas.

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O delegado também sofre com a falta de servidores. "São cerca de dez funcionários, é muito pouco para uma cadeia com 155 detentos. Ainda temos de cuidar do atendimento da população e das investigações".


Em Cambé, a capacidade é para abrigar 40 detentos, contudo, atualmente há 200 no local. A cidade sofreu uma das maiores fugas deste ano registradas no Paraná. Foram 31 detentos que cavaram um buraco e conseguiram fugir do local. Apenas três foram recapturados.

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Soluções


A solução para o problema das cadeias públicas do Estado passa pela construção de novas cadeias e pelo desafogamento dos profissionais que atuam nesses locais. "É muita gente. O ideal seria não termos chegado nessa superlotação. Mas, agora, precisamos construir novos locais para esses presos provisórios se instalarem", relata Vitor Dutra.


Bruno Silva, delegado de Rolândia, vai além e cita os problemas financeiros das delegacias. "As vezes temos de passar os nossos próprios recursos para a manutenção do local. Isso não poderia acontecer. Além disso, a contratação de um efetivo maior também seria importante para resolver a médio prazo a situação."

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), para saber as soluções que estão sendo pensadas para os problemas apontadas na reportagem, porém, até o fechamento deste texto, não obteve resposta.


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