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Versão contestada

MDH pede investigação de morte em Itambaracá

Redação Bonde
04 jun 2017 às 11:46
David Vinicius Carrascal, 22 anos, foi morto alvejado por um disparo de arma de fogo no dia 28/5 - Arquivo pessoal
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O coordenador estadual do Movimento de Direitos Humanos, Carlos Enrique Santana, pediu ao Ministério Público para que seja realizada uma investigação mais apurada do caso em que David Vinicius Carrascal, 22 anos, foi morto alvejado por um disparo de arma de fogo no dia 28/5. Santana afirma que a família de David contesta a versão da polícia militar, de que o jovem teria desobedecido a ordem de parada dos policiais em uma blitz resultando no atropelamento de um policial e arrastando o oficial por vários metros. Um dos soldados que participava da operação teria atirado contra o condutor, que acabou morrendo no local.
Segundo o MDH, as testemunhas revelaram que eram duas motos que estavam circulando juntas. Uma era ocupada por David Carrascal, que supostamente foi morto pelo policial, e o garupa era Bruno de Jesus de Oliveira, ambos moradores de Bandeirantes. A outra motocicleta que acompanhava a dupla estava ocupada pelo irmão de David e um amigo. "A família nos procurou para contar uma outra versão, a de que não havia uma blitz. Eles afirmam que os ocupantes das duas motocicletas iriam comprar bebidas alcoólicas, vinho e cervejas, e se dirigiram a um depósito de bebidas. Quando eles deram a volta, um policial pulou na frente da motocicleta de arma em punho, mas como não houve uma forma de se desviar do policial, o veículo acabou atingindo o PM, levando todos ao chão", relata. Santana afirma que o condutor se levantou e foi atender a vítima, mas quando tirou o capacete foi atingido por um disparo de arma de fogo. Segundo esse relato do irmão de David, ainda não se sabe ao certo quem fez o disparo e como ele aconteceu.
"Eles alegam que não era blitz, pois não tinha demarcação por cones. Eles afirmam que andavam normalmente em velocidade média", questiona Santana.
Segundo o coordenador do MDH, o incidente ocorreu na Avenida Interventor Manoel Ribas, cruzamento com Major Florêncio, próximo a Prefeitura Municipal na cidade de Itambaracá. "Lá deve ter câmeras, que podem ajudar a elucidar como o episódio aconteceu de fato", afirma. Segundo os familiares de David, não havia possibilidade dele estar fugindo de algo, já que os ocupantes daquela motocicleta são pessoas trabalhadoras. Como o irmão e o outro amigo estavam no local e viram o que ocorreu, eles resolveram fazer a denúncia na corregedoria da polícia militar acompanhado pelo coordenador do MDH.
"Daqui a pouco essas mortes vão ficar normais e pessoas vão acabar morrendo de graça. Não entendemos por que tanta falta de respeito a cidadãos de bem. E por qual motivos outros casos semelhantes continuam insolúveis?", questiona. "Cabe ser feita uma investigação real, para que não caia no esquecimento como a morte do jovem em Tamarana (em março deste ano) e aquelas mortes de 30 de janeiro do ano passado, que também ainda não chegaram ao fim do inquérito", destaca Santana. Naquele episódio de Tamarana, Everson Gomes estava em uma moto na rua Izaltino José Silvestre, próximo da prefeitura, no centro da cidade, quando dois homens em um veículo Gol branco chegaram e dispararam contra ele com pistolas calibre 9 milímetros, de acordo com a Polícia Militar. Na época a PM afirmou que a vítima era egressa do sistema prisional e possuía passagens pela polícia por ocorrências como roubo e homicídio. Sobre a chacina de 30 de janeiro, alguns policiais chegaram a ser presos acusados de terem participação na chacina em que 11 pessoas foram mortas, mas o inquérito nunca foi concluído.
A reportagem tentou ligar para a Polícia Militar de Itambaracá, mas ninguém atendeu as ligações.
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