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Desigualdade

Apenas 7% dos prefeitos eleitos no Paraná são mulheres

Mariana Franco Ramos - Grupo Folha
13 out 2016 às 08:35
- Reprodução
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Dos 355 prefeitos já eleitos no Paraná em 2016, apenas 28 são mulheres, o que representa 7,88%. Outros seis candidatos, todos homens, disputam três vagas no segundo turno – em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa. Os dados, divulgados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), a partir das estatísticas oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostram que nem mesmo as mudanças mais recentes na legislação contribuíram para resolver o problema da sub-representação feminina na política.

Maior Estado do País, São Paulo elegeu 67 prefeitas. Em seguida, aparecem Minas Gerais, com 58, e Bahia, com 53 eleitas. Em todo o Brasil, foram 591 vitórias de mulheres, contra 4.757 de homens, média de 11,1%. O percentual é menor do que o observado em 2012, quando 663 vencedoras ao Executivo eram do sexo feminino (12%). Nas Câmaras, a situação não é diferente. Em Londrina, haverá somente uma vereadora em 2017, Daniele Ziober (PPS), dividindo espaço com 18 vereadores, enquanto na capital paranaense a "maior bancada feminina da história", de oito representantes, corresponde a 21% das 38 vagas.

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A lei 12.034, promulgada em 2009, estabelece que cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas por gênero. As siglas também são obrigadas a investir parte dos recursos oriundos do Fundo Partidário na criação e na manutenção de programas de promoção da participação política das mulheres.

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De acordo com a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciana Panke, que é pós-doutora em Comunicação Política, a realidade, porém, é outra. "Várias mulheres que eu entrevistei reclamam de falta de apoio, inclusive em relação à distribuição de verba de campanha, de material, de visibilidade. Elas estão lá, mas não fazem parte das mesas de discussão, estão de fundo, não tomam as principais decisões. Ou seja, se dispõem a participar [da política], chegam no partido e são barradas", detalha. Panke é autora do livro "Campañas electorales para mujeres – retos y tendencias", publicado em 2015 e que será traduzido para o português neste ano.

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Segundo ela, os dados da CNM são reflexo do fenômeno cultural do machismo. "Existe um entendimento da sociedade de que a política é um universo masculino. A gente pode observar fotos de reuniões de secretariados e de governos. A mulher, quando entra nesses espaços, é como visitante, intrusa, e não pertencente. E isto é visto com normalidade por vários segmentos. Não se contempla a mulher como uma executiva, no poder político, ou como uma administradora pública", completa.


Na avaliação da professora, três medidas ajudariam a romper com tais distorções. A primeira seria manter o assunto na agenda pública dos meios de comunicação. "Às vezes [a sub-representação], está de uma maneira tão enraizada que não se percebe. Por isso a necessidade de se falar a respeito." Outra diz respeito à educação, tanto em casa como nas escolas. "As crianças precisam observar, desde pequenas, que gênero não determina profissão", destaca.

Por último, Luciana Panke cita a adoção de regras, como cotas, que garantam não só um número proporcional de candidaturas, mas também de cadeiras. "O ideal seria 50% a 50%, como no México, entre os partidos mais votados. E, no caso do Executivo, o cabeça de chapa ser de um gênero e o vice de outro. Numa reforma eleitoral ou política, essas questões ajudariam muito. Não é para ser algo eterno, e sim durante um período, enquanto se naturaliza a presença da mulher na política", defende.


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