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Suspende canal por uma semana

YouTube derruba live em que Bolsonaro associa Aids com vacina da Covid-19

Folhapress
26 out 2021 às 08:35
- Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Na noite desta segunda-feira (25), o YouTube tirou do ar a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) transmitida na última quinta-feira (21). Facebook e Instagram fizeram o mesmo no domingo (24).

Nela, Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que "vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]".

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Médicos, no entanto, afirmam que a associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa, inexistente e absurda.

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A relação estabelecida por Bolsonaro gerou revolta nas comunidades médicas e científicas nos últimos dias. Em entrevista à reportagem, Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), classificou a live como absurda, trágica, falsa, mentirosa e grotesca.

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"Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas", disse o YouTube, em nota.


"As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política", completou.

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A plataforma também suspendeu por uma semana o canal de Jair Bolsonaro. Ele não poderá publicar novos vídeos nesse período. Caso ele volte a publicar um vídeo com desinformações em 90 dias, a suspensão dobrará de tempo.


Médicos e cientistas ouvidos pela reportagem afirmam que a relação entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids é absurda. Jamal Suleiman, infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, destaca que as vacinas da Covid não utilizam nenhum fragmento de HIV em sua composição.

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Jamal Suleiman, infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, destaca que as vacinas da Covid não utilizam nenhum fragmento de HIV em sua composição.


Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin (EUA), reforça: "Não tem nenhuma possibilidade ou plausabilidade dessas vacinas fazerem isso. A afirmação é absurda e anticientífica."
Além disso, enfatiza Suleiman, são doenças com transmissões completamente diferentes. Enquanto o HIV é transmitido por meio de relações sexuais e compartilhamento de seringas, o novo coronavírus que causa a Covid se espalha por meio da respiração.


"O presidente tem uma fixação anal e precisa ir para o divã", comenta Suleiman. "Ao dizer isso, o presidente coloca em xeque o PNI [Programa Nacional de Imunização]."

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