A escolha do material, da cor e do acabamento da bancada são critérios que ajudam a determinar o estilo geral da cozinha. De acordo com a arquiteta Patricia Miranda, uma bancada esteticamente atraente e claro, preparada para as demandas, é capaz de adicionar para o espaço aquele detalhe tão sonhado: ares convidativo e agradável para momentos memoráveis entre familiares e amigos.
No contexto da cozinha, a bancada é um elemento central que desempenha múltiplas funções — desde o mise en place dos alimentos para o preparo da receita, até como o local destinado para as refeições rápidas e as ocasiões sociais. De acordo com a especialista, diversos fatores devem ser considerados para a definição do material, tais como a funcionalidade, estilo e a durabilidade. Mas quais são esses critérios?
“Sem dúvidas, a bancada deve propiciar um espaço suficiente para manusear e cortar ingredientes, acomodar utensílios e eletrodomésticos, além de permitir uma organização eficiente dos itens de cozinha”, afirma. “Uma bancada bem planejada contribui significativamente para a fluidez e a praticidade das atividades culinárias, tanto as rotineiras, como aquelas consideradas especiais”, complementa.
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Segundo Miranda, os materiais de ponta para bancada de cozinha são os sinterizados, isto é, aqueles produzidos a partir de misturas de minerais, prensados com alta pressão e queimados em altas temperaturas, que os tornam resistentes e, até mesmo, refratários. “Embora mais caros, gosto deles também pelo fato de não riscarem, quando se utiliza a faca diretamente sobre eles, tão pouco podem ser danificados por manchas oriundas de substâncias ácidas ou com luz solar diretamente sobre a bancada”, detalha. Entre as marcas mais famosas e disponíveis no mercado estão o Neolith e o Synth.
Entre outras possibilidades, a arquiteta aponta o quartzo como um elemento comumente escolhido por dispor de uma variação interessantes de cores e por ser pouco poroso — característica que mitiga o risco de manchas e absorção de água. “Entretanto, por ter resina na composição, não é adequado para calor e não deve ser usado em bancadas com cooktop”, orienta a arquiteta. Já o Silestone é um elemento composto por resina também, no entanto, tende a ser mais poroso que o quartzo. “Eu nunca indico para cozinha em função do risco iminente de manchar. Ele até pode ser usado em mesas ou bancadas, mas aconselho um cuidado intenso com líquidos, como o vinho”, alerta.
No caso das pedras naturais, o granito resiste bem em bancadas com cooktop, mas a depender do tipo, pode ser mais ou menos poroso. “Por essa diferenciação, pode facilmente absorver os produtos manuseados na cozinha e, quanto maior sua porosidade, mais está sujeito a manchas. Granitos não são iguais e nem todos são indicados para compor bancadas de cozinha”, orienta.
Ainda entre as pedras naturais, o mármore é outro material adotado para bancadas onde serão manipuladas o preparo de massas, uma vez que não é tão frio como o granito, mas com o infortúnio de ser poroso. “Assim, só de pensar em mexer com caldas e molhos, o mármore da bancada já pode manchar”, brinca a arquiteta.
Entre os industrializados, alguns tipos de Corian podem ser considerados, mas o morador deve ter em mente a necessidade de um cuidado constante, porque pode se danificar com mais facilidade. “É simplesmente lindo, mas sem uma tábua para cortar os ingredientes, nosso coração fica ferido pelos danos ao Corian. Apenas polindo novamente para recuperar”, diz a especialista, que também relaciona a possibilidade de realizar uma cuba esculpida que elimina os desagradáveis cantinhos que acumulam gordura, e a importância de ser manipulado apenas por mão de obra especializada.
No campo dos revestimentos versáteis, o porcelanato também é um material a ser considerado por sua resistência ao calor e a durabilidade, sem perder a cor e sem riscar. Contudo, deve-se escolher uma tipologia adequada para a aplicação em bancadas, uma vez que nem todos os porcelanatos são iguais. Para a execução, ela adverte sobre a prudência durante o corte das peças, pois se trata de um revestimento menos espesso que os materiais naturais ou os industrializados.
Bancada em madeira
A arquiteta explica que a madeira maciça não precisa ser eliminada por conta da umidade. Nos projetos com o material, deve-se considerar a manipulação de um verniz de proteção. “O resultado é maravilhoso, mas vale a pena evitar essa bancada para a manipulação de alimentos”, adverte.