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Em Cannes

Documentário mostra os dois lados da cultura do ódio na Cisjordânia

Agência Estado
24 mai 2017 às 08:50
- Reprodução/Facebook
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Cannes, como espaço mágico do cinema, não vive só da competição pela Palma de Ouro. Tem todas as demais seções. Grande Amos Gitai. Na segunda, 22, o grande autor israelense mostrou na Quinzena dos Realizadores seu documentário West of the Jordan River. A Oeste do Rio Jordão. O filme concorre ao Olho de Ouro, o troféu que Cannes dedica aos documentários. Só para lembrar - no ano passado, venceu o brasileiro Cinema Novo, de Eryk Rocha. Este ano, concorrem pesos pesados. Amos Gitai, Barbet Schroeder (O Venerável Sr. W.), Claude Lanzmann (Napalm).

Em 1982, há 35 anos, Gitai fez um filme chamado Field Diary. Armado com uma câmera, foi à Cisjordânia para documentar os territórios ocupados. A definição é controversa - com base na Bíblia, os fundamentalistas dizem que não podem estar ocupando o que, historicamente, é do povo judeu. Gitai parte de uma entrevista que fez com Yitzhak Rabin, que iniciou conversações de paz com o líder palestino Yasser Arafat. Volta à Cisjordânia, onde os colonos seguem segregando palestinos. Existe até um muro, agora. O diretor entrevista jornalistas, organizações não governamentais, ministros, defensores de direitos humanos, etc. Mostra, de ambos os lados, o resultado dessa cultura do ódio. Mães judias e palestinas que perderam os filhos na luta conseguem se irmanar na dor. Mas é chocante ver o menino palestino, um projeto de gente. O que ele quer ser? Mártir.

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Também na Quinzena, Abel Ferrara está exibindo outro documentário - Alive in France. Ferrara costuma ser, em geral, sinônimo de encrenca. Quando não é a violência, é o sexo. Bemvindo a Nova York, sobre o affair Dominique Strauss-Kahn, e Pasolini, sobre o assassinato do autor italiano, são expressivos do gosto dele pela polêmica. Comparativamente, Alive in France é uma surpresa. Um filme light que ilumina outra faceta de Ferrara, o músico. Com colaboradores como o compositor Joe Delia, o ator e cantor John Hipp e a mulher do diretor, Cristina Chiriac, ele organiza concertos baseados nas trilhas de seus filmes. A Mostra bem poderia levar Ferrara a São Paulo para uma apresentação.

Na Semana da Crítica, tem havido uma expressiva participação da América Latina. Além de Gabriel e a Montanha, do brasileiro Fellipe Bragança Barboza, o chileno Los Perros, de Marcela Said.
Interpretado por Antonia Zegers e pelo ator fetiche de Pablo Larraín, Alfredo Castro, o filme conta a história de uma mulher da elite do Chile que se envolve com seu instrutor de equitação. Militar, ele teve tenebrosa participação durante a repressão da ditadura de Augusto Pinochet, esse fantasma que ainda assombra os chilenos. Como Gabriel e a Montanha, o filme de Marcela é uma coprodução com a França. E é muito bom. Gramado já devia correr para selecioná-lo para sua mostra latina.


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