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Crise econômica

Contratações temporárias devem cair pela metade este ano

Fábio Galiotto - Grupo Folha
24 out 2016 às 08:18
- Gustavo Carneiro/Grupo Folha
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As tradicionais vagas temporárias de trabalho de fim de ano, que normalmente garantem renda aos desempregados, devem minguar neste ano devido à crise econômica, que reduz a perspectiva de receita no comércio. Um estudo feito pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) aponta que a expectativa de postos abertos cairá quase que à metade no País, ou 48,7% menos do que no mesmo período do ano passado. Em Londrina, cidade forte no setor de varejo, a expectativa de analistas de mercado é de números semelhantes.

Para chegar à estimativa, o BNE considerou vagas abertas por agências de trabalho temporário cadastradas no site da entidade entre janeiro de 2014 e agosto de 2016, que foram 10.511.301. Ainda, o estudo reuniu informações sobre remuneração, cargos mais ofertados e média de salários ao ano. Ganhos que diminuíram em 36,5% no período e que podem chegar a 46,1% até o fim de 2017. "Fizemos a comparação com reajustes anuais e, em muitos casos, não foi o bastante nem para cobrir a inflação", diz o estatístico do BNE, Raul Valdera Junior.

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A previsão é que o próximo ano, no entanto, apresente ao menos estabilidade no número de vagas, com o início da recuperação da economia. O estatístico do BNE diz que, se houver crescimento na oferta, será mínimo, ao menos diante das perspectivas econômicas atuais.
Ele lembra que o emprego temporário funciona como porta de entrada para o mercado de trabalho e é um indicativo da economia. "É uma modalidade de emprego mais sensível às variações do mercado e sua retomada acontece antes das contratações efetivas, já que é uma boa opção para momentos de incerteza econômica", explica Valdera Junior.

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Consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci lembra que a indústria, que tradicionalmente contrata no terceiro trimestre do ano para atender às necessidades do comércio nos três meses seguintes, já demonstrou menor contratação e número de pedidos abaixo do esperado. "O setor de varejo está reticente sobre contratações porque já conta com uma equipe ociosa. No lugar dos temporários, os lojistas tendem a tentar completar essas horas ou a pagar hora extra", diz.

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Rambalducci diz que há uma vantagem para os comerciantes neste ano, já que parte dos desempregados são oriundos do setor e já estão treinados, o que diminui custos com treinamento. "Por isso, muitos também vão deixar para contratar na última hora."


Por outro lado, o economista da Acil alerta sobre o risco da menor contratação de temporários. "Se todos agirem assim, não se gera dinheiro para ser gasto no comércio e diminui a receita", completa Rambalducci.

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A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também soltou nesta semana uma pesquisa que aponta que somente 27,9% dos comerciantes pretendem investir para o período de Natal. O indicador é inferior aos 32,8% de 2015, conforme o levantamento feito em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).


Somente 13,9% dos lojistas pretendem aumentar o quadro de funcionários para o período de fim de ano. Isso porque, na média, os comerciantes esperam uma redução de 1,8% no volume de vendas da época mais lucrativa do ano na comparação com 2015. Ainda, 11,7% relataram que já demitiram nos últimos três meses, com o objetivo de reduzir os gastos com a folha de pagamento.

Leia mais na edição desta segunda-feira na Folha de Londrina.


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