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Carne fraca

Irregularidades em Londrina eram investigadas há pelo menos sete anos

Aline Machado Parodi - Grupo Folha
21 mar 2017 às 10:06
- Grupo Folha
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) proibiu os funcionários do escritório de Londrina de falarem sobre a operação Carne Fraca, que, na sexta-feira (17), desarticulou um esquema de corrupção que seria comandado pelo chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura de Londrina (Utra Londrina), Juarez José de Santana e fiscais da unidade.

"Estamos muito abalados. Essa é uma situação muito delicada. A importância do processo de auditoria agropecuária tem crescido no mundo todo e o nosso trabalho já tinha um reconhecimento nas sociedades rurais e nas empresas", comentou Roberto Siqueira Filho, diretor de comunicação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AnffaSindical).

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Siqueira contou que as irregularidades dentro da Regional de Londrina vêm de longa data. São quase sete anos que o sindicato vem investigando os problemas que eram relatados pelos auditores fiscais. Ele afirmou que a primeira denúncia foi formalizada em 2012 para a Superintendência em Curitiba, mas, segundo ele, o caso foi engavetado. O problema foi levado ao conhecido em Brasília, mas também nada foi feito, afirmou Siqueira.

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O autor fiscal Daniel Gouveia Teixeira era chefe substituto do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal/Sipoa no Paraná quando descobriu ocorrência de remoções de funcionários sem critérios técnicos e para atender os interesses de empresas fiscalizadas. Ele denunciou a chefe do setor de inspeção do Estado, Maria do Rocio Nascimento ao AnffaSindical por assédio moral em função das remoções. Foi exonerado do cargo e transferido. "Depois de ser ignorado, o Daniel e o sindicato decidiram trabalhar junto com a Polícia Federal", contou Siqueira.

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De acordo com o despacho do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, que concedeu os mandados de prisão preventiva e temporária, busca e apreensão e condução coercitiva da Operação Carne Fraca, "a organização criminosa instalada na Regional de Londrina sob o comando de Juarez de Santana é composta pelos fiscais e agentes agropecuário Gercio Luiz Bonesi, Sidiomar de Campos, Sebastião Machado Ferreira e Roberto Brasiliano da Silva (que não trabalha na Utra Londrina)."


O juiz decretou a prisão temporária de Sidiomar Campos e prisões preventivas dos demais. Determinou ainda a suspensão do exercício da função pública do agente de inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal da Utra Londrina, Luiz Alberto Patzer, que auxiliaria Santana em sua atuação ilegal.

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Santana comandaria uma esquema paralelo ao estabelecido na superintendência regional em Curitiba, que tinha como líder o ex-superintendente do Ministério do Mapa no Paraná Daniel Gonçalves Filho. O servidor Luiz Carlos Zanon Júnior, que atua em Londrina, segundo o despacho do juiz, fazia parte da organização estadual. Ele teve a prisão preventiva decretada.


Importância

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O sindicalista enfatizou, que apesar da operação ter "manchado" a imagem da categoria, ela foi importante para mostrar a necessidade desses cargos serem ocupados por pessoas técnicas e não indicações políticas. "Apesar de estarmos assustados com o que aconteceu, isso mostra que esse é um problema de ingerência política", afirmou.


A Regional de Londrina tem 18 funcionários. "Ainda há muita informação que a Polícia Federal tem que investigar, mas não acredito que vá surgir outros nomes de Londrina envolvidos no caso", disse Siqueira. Nesta segunda-feira (20), os servidores se reuniram com o representante do sindicato para indicarem um nome para assumir a chefia da Regional.

A Polícia Federal não divulgou um balanço do cumprimento dos mandatos da Operação Carne Fraca. A prisão dos envolvidos deve ser confirmada nesta terça-feira, após os detidos fazerem corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da Capital. A reportagem não conseguiu localizar nenhum dos envolvidos e tampouco seus advogados.


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