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Disparada dos preços

Salário-mínimo ideal para sobreviver no Brasil fica próximo de R$ 4 mil

Fábio Galiotto - Grupo Folha
11 jul 2016 às 08:27
- Gina Mardones/Grupo Folha
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O salário-mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas chegou a R$ 3.940,23 em junho, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada na semana passada. O valor representa 4,48 vezes o valor do mínimo oficial, de R$ 880, e foi puxado pelo aumento do custo da alimentação dentro de casa, principalmente pela disparada dos preços do feijão, do leite e da batata.

Até maio, o suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme prevê a Constituição Federal, estava em R$ 3.777,93, ou R$ 162,31 a menos do que em junho. Apesar de a inflação continuar alta em 12 meses, houve desaceleração no último bimestre. Contudo, o custo da cesta básica continuou a crescer devido a entressafra de alguns produtos, a problemas climáticos que atingiram as propriedades rurais e por questões de mercado, como a redução da área plantada de feijão em substituição à soja.

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Como a alimentação é o item que mais atinge o bolso da população de baixa renda, o problema é maior. Somente na capital paranaense, que ficou com um dos menores reajustes médios na cesta básica no País, oito dos 13 produtos pesquisados registraram alta em junho: a batata (15,30%), o leite (15,19%), o feijão preto (12,92%), a manteiga (8,03%), a banana (2,48%), a farinha (1,72%), o arroz (1,65%) e o café (1,53%). Outros cinco itens tiveram queda: o pão (-0,44%), o açúcar (-0,73%), o óleo de soja (-2,14%), a carne (-3,68%) e o tomate (-4,42%).

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O supervisor técnico do Dieese no Paraná, Sandro Silva, afirma que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários-mínimos, fechou em junho 9,49% para 12 meses, mas que o aumento sobre os alimentos ficou em 13,27%, conforme divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O problema é que a alimentação vem subindo bem acima da inflação e é que pesa no bolso de quem ganha menos", diz.

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Ele aponta que justamente os gastos dos mais pobres é que são os mais pressionados pela alta de preços, já que as refeições dentro de casa tiveram alta de 14,77%. Em Curitiba, os componentes do INPC ficaram um pouco menores, mas seguem a mesma tendência. A média é de 9,29% em junho para 12 meses, de 13,14% para a alimentação e de 13,84% para os produtos consumidos em casa. "O único alento é que as oscilações de preços de alimentos devem ser pontuais e cair ao longo do tempo", diz Silva, que lembra que as previsões apontam para uma inflação média em torno de 7,50% no fim do ano.


O delegado em Londrina do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), Laércio Rodrigues de Oliveira, vê a desaceleração da inflação como um ponto positivo, mas considera que os mais pobres estão pressionados. "Também temos o aumento do desemprego e o alto custo dos juros do crédito, que é algo que as pessoas de baixa renda usam quando estão apertadas."

QUASE 20%

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O salário-mínimo necessário para uma família de quatro pessoas se manter em junho do ano passado era de R$ 3.299,66, ou 19,41% a menos do que no mês passado, conforme o Dieese. "Vivemos uma situação atípica, com recessão, inflação alta e desemprego", diz o delegado do Corecon.


O supervisor técnico do Dieese afirma que, ao menos, a lei de reajuste do salário-mínimo prevê a reposição da inflação somada ao índice do Produto Interno Bruto (PIB) do País de dois anos antes. "Se repetirem o que foi feito da outra vez em que o PIB foi negativo e deixarem o índice em zero, ao menos teremos a recuperação da inflação", diz.

Ambos, porém, acreditam que o Brasil voltará a gerar empregos somente no segundo semestre de 2017. "Se o mercado de trabalho é o último a sentir os efeitos da crise, é também o último a se recuperar, porque as empresas demitem até o ponto em que mantêm uma certa capacidade de produção ociosa", completa Silva.


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