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Um a cada três aposentados ainda trabalha

Luís Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
24 set 2016 às 08:37
- Saulo Ohara
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Um a cada três aposentados permanece trabalhando mesmo depois de obter o benefício, justamente na faixa etária mais afetada pela onda de desemprego que assola o País. As conclusões tomam como base levantamento da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conforme a Carta de Conjuntura 32, publicadas nesta semana.

O SPC entrevistou 619 aposentados, dos quais 33,9% ainda exercem alguma atividade econômica. Destes, 46,9% o fazem para complementar a renda. O estudo ainda mostra que 95,7% auxilia nos custos do lar e 59,7% são os principais responsáveis pelas despesas. O levantamento também indica que 30,1% dos entrevistados atrasaram pelo menos uma conta nos últimos 12 meses, 35,1% fizeram empréstimo, usam o limite bancário ou o cartão de crédito para honrar compromissos e 30,3% estiveram com o nome inserido em sistemas de proteção de crédito.

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O presidente estadual do Sindicato Nacional dos Aposentados, Antônio Lobato, afirma que a defasagem das aposentadorias, em descompasso com os reajustes do salário mínimo, levou ao empobrecimento e à necessidade de retornar ao mercado de trabalho.

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Além disso, a liberação de créditos consignados também corroeu os proventos dos aposentados – classificados pelo presidente sindical uma "armadilha". Lobato afirma que a maioria dos empréstimos é feita a pedido de algum familiar que, depois, não repassa o valor das prestações.

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Complemento
Aposentado desde 1999, Jair Rodrigues Pereira atua como delegado de jogos da Liga de Futebol de Londrina (LFL) e Federação Paranaense de Futebol. Também consegue atuar em alguns jogos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Isso vem desde antes da aposentadoria. É coisa que gosto de fazer", diz. Ele ainda trabalha voluntariamente como dirigente sindical.


Pereira recorda que, no momento da aposentadoria, seu benefício alcançava cinco salários mínimos. Atualmente, não chega a três. Com os trabalhos, complementa valores da aposentadoria, podendo chegar ao dobro do que ganha atualmente. Ele admite que nunca contribuiu para ter um complemento de renda após a aposentadoria. "Apenas poupança normal, para alguma emergência", afirma.

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Valor garantido
O Ipea identificou que a faixa etária acima dos 59 anos foi a mais afetada pelo avanço do desemprego. Apesar de o grupo de jovens entre 14 e 24 anos ter a maior fatia dos desempregados, o percentual se manteve estável nos primeiros dois trimestres do ano. Enquanto isso, a faixa de maior idade variou mais, registrando crescimento de 44% no número de desempregados no segundo trimestre do ano, em comparação com o primeiro.


Antônio Lobato argumenta que o brasileiro se aposenta relativamente cedo justamente pela instabilidade no emprego. "Quem tem família se preocupa. O valor da aposentadoria pode até ser baixo, mas é garantido, e a pessoa corre atrás para garantir a comida. Mas, se houvesse segurança, é claro que íamos querer trabalhar", argumenta.

Leia mais na edição deste fim de semana da Folha de Londrina


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