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Brasil tem o calçado mais confortável

Gisele Mendonça/Equipe Folha
31 ago 2009 às 17:30
‘‘A in­dús­tria ou­viu nos­so ape­lo: che­ga de so­frer com sa­pa­tos ­desconfortáveis’’, co­me­mo­ra Fran­cis­ca Ven­tu­ra - Eduardo Anizelli/Equipe Folha
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O Brasil se destaca hoje no cenário internacional com a melhor engenharia de calçado. Para competir no mercado externo, o país investiu em pesquisa e tecnologia até descobrir a fórmula para oferecer ao consumidor o calçado mais confortável do mundo. Hoje, as principais marcas nacionais investem em linhas de calçados confortáveis para homens, mulheres e crianças.

''A Itália sempre foi conhecida pelos calçados bonitos, a China chegou com o preço mais competitivo, e o Brasil optou por investir no calçado mais confortável'', atesta o doutor em biomecânica Aluísio Ávila, diretor de inovação tecnológica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (Ibtec). Ele participou dos estudos - durante dez anos -, que resultaram na criação do Selo Conforto do calçado.

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Criado há nove anos, o selo é concedido ao calçado que foi submetido a um conjunto de ensaios específicos e obteve um laudo de aprovação (leia mais nesta página). Por meio do selo, o consumidor tem a certeza de que está adquirindo um produto que atende aos padrões de conforto previstos em normas, além de ser informado de todas as suas características.

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Isso agrega valor ao produto brasileiro que hoje cruza fronteiras. Terceiro maior produtor de calçados do mundo e quinto maior exportador, o Brasil possui mais de oito mil fábricas, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A produção é de 800 milhões de pares ao ano. Em 2008, foram exportados 165 milhões de pares com faturamento de US$ 1,8 bilhão.

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''Prova da nossa excelência é que mesmo com a derrubada do dólar conseguimos nos manter exportando'', diz Aluísio Ávila. Ele cita que poucos fabricantes dedicam-se exclusivamente ao calçado confortável, mas as principais marcas investem em linhas voltadas para este segmento.


O diretor do Ibtec defende que os calçados confortáveis protegem a saúde e a estrutura músculo-esquelética. '''É muito mais saudável caminhar com um calçado confortável do que descalço'', valoriza Ávila. Entre os requisitos mais importantes desses produtos estão a leveza e a boa distribuição da pressão plantada.

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''Não pode ter picos de alta pressão, senão faz bolhas, machucados'', diz o biomecânico. O calçado também não pode induzir pronação (rotação interna do calcâneo na hora do impacto). ''Essa rotação não pode ser excessiva'', repara. Ele fala ainda da necessidade de redução do impacto.


O microclima do produto também é avaliado. ''Hoje queremos o pé seco dentro do calçado. Por isso, a tecnologia dos componentes está voltada para a transpiração, a absorção do suor. Isso faz com que também não haja mau cheiro'', observa.

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O mercado atual, segundo Àvila, tem calçados que não deixam a água entrar, mas permitem que o suor saia. Os fabricantes usufruem de ''produtos inteligentes''. ''Existem membranas (materiais utilizados) que controlam a temperatura: ajudam a esquentar ou esfriar os pés, dependendo do clima'', esclarece.


Segundo o biomecânico, os calçados confortáveis ajudam as crianças a aprender a andar, a se equilibrar, a correr. No caso do público infantil, também já existe marca com 100% da produção voltada ao conforto.

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Hoje, o consumidor pode chegar em uma loja e se informar sobre os produtos que tenham certificado de conforto. Entretanto, segundo Devanir Menezes, gerente da Mocassim Calçados, rede com seis lojas em Londrina, há várias marcas que trabalham com esta linha de produtos e não trazem necessariamente o selo na caixa.


''De uns cinco anos para cá muitos fabricantes aderiram à tendência. As pessoas que trabalham e querem conforto buscam esses sapatos. O mercado ainda tem muito para crescer'', diz. Quanto aos preços, o gerente afirma que alguns são mais caros que a média por serem totalmente feitos em couro.

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Modelos não lembram mais os da vovó


Há 11 anos no mercado, a marca Usaflex, do Rio Grande do Sul, investe 100% na fabricação de calçados confortáveis. Da produção diária de 18 mil pares, 3% vão para exportação e a maior parte atende o mercado interno distribuídos em 4 mil pontos de venda e 38 lojas fidelizadas (que vendem apenas produtos da marca, mas não são franquias).

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No início, os produtos eram voltados para senhoras com perfil tradicional, mas com o crescimento evidente da linha observou-se que o conforto também agradava as filhas e netas das consumidoras. A marca passou então a agregar design, beleza e itens de moda. O alvo são mulheres com rotina agitada, que passam boa parte do dia trabalhando.


Segundo o modelista da marca, Valtoir Fagundes, ‘um calçado de conforto precisa acompanhar os movimentos do pé, ao mesmo tempo que os mantêm firmes, evitando torções e distribuindo o peso corporal igualmente sobre a planta dos pés. Palmilhas e forros macios também são fundamentais’.
Os calçados são testados pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (Ibtec). O objetivo é estabilizar os tornozelos, facilitar o movimento dos pés, favorecer a circulação sanguínea e ajudar na postura.


‘Sentimos que as clientes são fiéis. Quem compra um sapato confortável não consegue mais usar outro’, diz a comerciante Tânia Regina Valera, que trabalha com a Usaflex há 11 anos e há quatro meses abriu uma loja fidelizada em Londrina. Ela comercializa cerca de 200 modelos distribuídos entre as linhas branca (voltada a profissionais de saúde), tradicional, esporte-fino, social. A numeração começa no 33 e os preços vão de R$ 89 a R$ 145. O principal material utilizado é o couro.


Além das características de conforto, o diferencial é que os calçados mantêm sempre o mesmo modelo e, a cada coleção, ganham apenas novas cores e itens de moda. Há opções baixas até saltos (no máximo seis centímetros). ‘Acabou o preconceito de que sapato confortável é aquele da vovó, da tiazinha’, diz Tânia.

A empresária Francisca Helena Magalhães Ventura tornou-se adepta do conforto nos pés há três anos e diz que não consegue usar outro tipo de sapato. ‘Eu virava o pé com muita facilidade e levava tombos homéricos com as plataformas que gostava de usar. Foi aí que resolvi investir no conforto e na estabilidade ao caminhar’, conta. ‘Os fabricantes ouviram o apelo de nós mulheres e também vêm investindo na beleza, no design. Chega de sofrer com sapatos apertados e desconfortáveis’.


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