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Mafia III revisita história dos EUA

Victor Lopes - Grupo Folha
27 out 2016 às 18:33
- Divulgação
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Estados Unidos, década de 1960. Em meio às amarguras da Guerra do Vietnã, a população negra sofre com o preconceito racial nítido e efervescente nas cidades do sul do país. É neste cenário verdadeiro e incômodo da história que o jogo Mafia III, da 2K Games, foi produzido. Se, na maior parte do tempo, as publishers focam em trabalhar histórias do "bem versus o mal", neste lançamento são expostos aos jogadores temas mais complexos ligados à sociedade, um verdadeiro "soco no estômago". Sim, os videogames podem nos fazer refletir.

Depois de todo o sucesso dos dois primeiros jogos da franquia iniciada em 2002, Mafia III chegou com uma responsabilidade muito grande no mercado. Bem, no que diz respeito a uma história envolvente e diferenciada comparado ao que vemos por aí, a 2K acertou em cheio neste quesito.

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Você está na pele de Lincoln Clay, um rapaz negro que retorna para sua cidade após lutar na Guerra do Vietnã. Órfão, ele foi criado pela máfia negra em New Bordeaux - uma versão digital de New Orleans - onde na história real (e também no game!) o racismo está exposto nas ruas com muita violência, tanto psicológica como física contra os negros.

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Depois de matar muita gente na guerra em prol de um país que não o aceita pela sua cor da pele, Clay não quer seguir o caminho daqueles que lhe criaram. Mas ele precisa fazer um último serviço ao seu "pai mafioso", o que acaba degringolando numa história de mortes e vingança.
Controlar o personagem de Clay ao longo do jogo, de fato, incomoda. Pelas ruas de New Bordeaux não é difícil o gamer ser confrontado por policiais que querem te prender (e mesmo te matar) por nada. Na entrada do condomínio fechado, o porteiro diz que ali não é lugar de funcionários. A mocinha branca que passa ao seu lado esconde a bolsa com medo de ser roubada. Nos bairros negros, a violência corre solta sem a preocupação das autoridades. Até a organização racista Ku Klux Klan aparece no game.

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Em meio a isso, Clay precisa voltar a fazer o serviço sujo e, já com ódio no coração, apesar de tentar seguir um "bom caminho", percebe que não há outra opção para ele. Isso acontece numa ambientação cheia de luzes e cores, inclusive em meio à festa de Mardi Gras (o carnaval de New Orleans) e uma playlist musical incrível, como por exemplo Rolling Stones, Jimi Hendrix e Johnny Cash.


Gameplay sem capricho
Se na história a 2K acertou em cheio, na jogabilidade e capricho do game, infelizmente, ficou devendo. Digo isso porque tanto Mafia como Mafia II sempre foram vistos pelo jogadores como games trabalhados nos mínimos detalhes. Por exemplo, era possível dar seta com os carros na versão anterior. Em Mafia III, isso foi ignorado. Não há "fogo amigo", os cenários não são tão "vivos", os pedestres não revidam agressões e o céu de New Bordeaux tem uma paleta de cores, no mínimo, esquisita. Só para citar alguns exemplos.

No que diz respeito às missões, por toda a ambientação da história, elas poderiam ter sido mais bem trabalhadas. No final das contas, Clay se torna um agente assassino, que sai matando todos os inimigos quase todo o tempo. Faltaram variedade e uma inteligência artificial melhor. Mesmo com esses problemas, Mafia III ainda é um jogo acima da média comparado ao que se oferece hoje no mercado. A história de racismo nos EUA precisava ser revisitada nos games, e isso já basta. Nota 8.


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