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Barcelona e Boca Juniors se enfrentam em partida homenageando Maradona

Bruno Rodrigues/Folhapress
14 dez 2021 às 10:55
- Reprodução/Facebook (FC Barcelona)
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Barcelona e Boca Juniors se enfrentam nesta terça-feira (14), na Arábia Saudita, pela Maradona Cup, uma partida amistosa que homenageia Diego Armando Maradona (1960-2020), ídolo do clube argentino e com passagem pela equipe catalã na década de 1980.


Os times já se enfrentaram em outras oportunidades no passado. A mais célebre delas, de triste memória para o Boca, aconteceu em 1984, no Camp Nou, em duelo válido pelo Troféu Joan Gamper, o torneio de pré-temporada organizado anualmente pelo Barça.

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Foi uma época complicada para o clube de Buenos Aires, que vivia uma pesada crise econômica. Fruto, entre outras razoes, do alto investimento para tirar Maradona do Argentinos Juniors três anos antes, um empréstimo que custou aos cofres cerca de US$ 4 milhões. Outros reforços de peso também haviam sido contratados para fazer companhia ao craque, o que onerou o Boca a médio prazo.

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Jorge Bitar, histórico dirigente boquense, explicou de maneira didática o balanço de 1984 em uma entrevista recente à Radio Gráfica: "Aconteceram mais saídas do que entradas".

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Um episódio que sintetiza essa crise e que entrou para o folclore do futebol local ocorreu em julho daquele ano, em um jogo do Campeonato Argentino.


Com os jogadores da equipe profissional em greve por atrasos nos salários, o Boca precisou mandar a campo uma formação inteira de juvenis para enfrentar o Atlanta.

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Por determinação do árbitro, o Boca, apesar de jogar em La Bombonera, sua casa, foi obrigado a utilizar o uniforme visitante, já que o Atlanta também tem o azul e o amarelo como suas cores principais. Contudo, não havia jogo de camisas reserva.


A solução paliativa foi vestir camisetas brancas de treino e, para identificar os atletas, os números foram desenhados com caneta. Mas a tinta não suportou o suor e, em poucos minutos, o que eram números se tornaram borrões ininteligíveis nas costas dos jogadores. O Atlanta venceu por 2 a 1.

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Em meio a esse cenário de instabilidade econômica e política, o Boca Juniors viajou à Espanha para enfrentar o Barcelona no Joan Gamper de 1984, chance para angariar alguns milhares de dólares e amenizar a crise.


No dia 21 de agosto, cansados da viagem à Catalunha, que se somou a uma sequência exaustiva de jogos na região, os argentinos pisaram no gramado do Camp Nou para a semifinal do Joan Gamper.

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A equipe, treinada pelo brasileiro Dino Sani, resistiu até os 29 minutos do primeiro tempo, quando Alexanco abriu o placar para o Barça. Aos 31, o escocês Archibald ampliou.


Os dois gols em sequência mexerem com os nervos dos argentinos, especialmente os de Roberto Passucci, conhecido por sua virilidade exacerbada. Com o 2 a 0 no marcador, Passucci deu uma entrada feia no alemão Bernd Schuster e foi expulso, aos 33 minutos de partida.

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"Lembro-me que com meia hora de jogo peguei um 'patadón' no alemão Schuster e me mandaram embora. Lá [na Europa], se você é violento, já te mostram o cartão vermelho", contou Passucci, mais de três décadas depois, em entrevista ao La Nación.


A expulsão do meio-campista se mostrou catastrófica, especialmente na segunda etapa.

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Após ir para o intervalo com uma vitória parcial de 3 a 0 (Archibald havia marcado o terceiro), o Barcelona amassou o Boca e chegou a abrir 7 a 0 no placar, com Calderé, Alexanco, Schuster e Carrasco.


O uruguaio Fernando Morena ainda descontou, de pênalti, mas não houve piedade alguma por parte dos catalães, que marcaram mais duas vezes, com Esteban e Marcos, fechando a goleada em 9 a 1.


"Não foram 12 ou 13 gols por milagre. Estamos cada vez mais distantes do futebol europeu", disse o goleiro Hugo Gatti, do Boca, após a goleada.


O confronto no Camp Nou em 1984 representou para o clube argentino a sua pior derrota na história, incluindo jogos da era amadora.


Natalio Gorin, jornalista da El Gráfico que acompanhou aquela excursão do Boca, publicou nas páginas da revista o que viu da triste goleada sofrida. Palavras que, além de muito críticas, especialmente com relação à preparação para a viagem, também não esconderam a preferência clubística do repórter, que mais tarde se tornaria diretor da El Gráfico.


"Creio que recordarei por toda a vida essa terça, 21 de agosto de 1984. Nesse dia vivi sensações inéditas como jornalista, como homem da El Gráfico. Por isso agora, na intimidade de um quarto de hotel em Madri, trato de afugentar os formalismos. Será masoquismo? Não, não pode ser. Abro o caderno de anotações, vejo esse 9 a 1, e tudo é um retorno [à derrota]. Os últimos gols eu anotei como um autômato, com bronca, como se uma pergunta inconsciente rejeitasse a simples ação de escrever o minuto e o autor de um gol: 'Será que isso tudo está acontecendo ou é um pesadelo?'."

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