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Tragédia

Danilo se tornou ídolo e ganhou projeção nacional no Londrina

Auber Silva - Redação Bonde
29 nov 2016 às 10:48
- Arquivo/Chapecoense
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Marcos Danilo Padilha nasceu em Cianorte, no Noroeste do Paraná, em 31 de julho de 1985. Começou sua carreira como goleiro jogando pelo time de sua cidade natal, o Cianorte Futebol Clube, que em 2005 havia alcançado as manchetes dos jornais e programas esportivos de todo o País ao bater o Corinthians, por 3 a 0, no jogo de ida da 2ª fase da Copa do Brasil daquele ano - o Leão do Vale do Ivaí acabou sendo eliminado na partida da volta, ao perder por 5 a 1 em São Paulo. Nessa época, Danilo, então com 19 anos, já fazia parte do elenco do time paranaense.

Após uma passagem pelo Engenheiro Beltrão em 2006, a grande oportunidade do jovem goleiro apareceu no ano seguinte, quando retornou ao Albino Turbay para ser titular no Campeonato Paranaense daquela temporada, sob comando de Claudio Tencati, com que voltaria a trabalhar anos depois, já no Londrina Esporte Clube (LEC). Foi um dos destaques ao ajudar o pequeno clube a terminar a 1ª fase em 3º lugar, atrás apenas do Adap/Galo Maringá e do Atlético Paranaense. Na 2ª fase, o Cianorte venceu apenas um dos seis jogos disputados e acabou não passando às semifinais.

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Naquele mesmo ano, já pela Copa Paraná, Danilo e Londrina ficaram de lados opostos em uma partida decisiva que valia o título do 1º turno do torneio e, consequentemente, uma vaga na final do campeonato que garantiria, ao campeão, um lugar na Série C de 2008 e na Copa do Brasil de 2009. Praticamente falido desde a queda para a terceira divisão em 2004, o Tubarão buscava a taça para poder retornar ao cenário nacional e tentar se reerguer.

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Londrina, Portuguesa Londrinense e Cianorte chegaram àquele 9 de setembro com condições de conquistar o 1º turno do campeonato. Empatados com 20 pontos e 10 gols de saldo, os rivais LEC e Portuguesinha decidiam gol a gol quem terminaria na frente. A Portuguesa enfrentava o já eliminado Adap/Galo, em Maringá, enquanto o Tubarão encarava o ainda vivo Cianorte (tinha 19 pontos) no Albino Turbay.

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Ao final do primeiro tempo, a Portuguesa ganhava por 3 a 2, enquanto Londrina e Cianorte empatavam em 1 a 1. O segundo tempo foi de arrancar os cabelos: o artilheiro Zé Ilton colocou o Londrina na frente aos 16 minutos, mas a Lusinha ainda levava nos critérios de desempate. Aos 44 minutos, Aílton fez o terceiro para o LEC, o que garantia o título do turno, mas quase simultaneamente Marcelo anotava, em Maringá, 4 a 2 para a Portuguesa.


Os jogos ganharam contornos dramáticos, que só cessaram aos 48 minutos, com Wilson antecipando Danilo numa cobrança de escanteio e decretando, de cabeça, o 4 a 1 a favor do Tubarão. Festa da torcida que foi até Cianorte. Mais tarde, o J. Malucelli conquistou o 2º turno e levou a Copa Paraná ao vencer o Londrina por 2 a 1 na segunda partida da final - a primeira havia terminado empatada em 2 a 2.

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No entanto, daquele jogo decisivo na conclusão do 1º turno da Copa Paraná, dois personagens que estavam no adversário se tornariam ídolos, nos anos seguintes, do Tubarão: o goleiro Danilo e o técnico Claudio Tencati. Ambos chegaram ao Londrina em 2011, no início da gestão da SM Sports, do empresário Sérgio Malucelli, que assumia o futebol do clube na Divisão de Acesso do Paranaense. O arqueiro vinha de um histórico impressionante: havia ajudado Nacional (2008), Operário (2009) e Arapongas (2010) a subirem da 2ª para a 1ª divisão estadual.


Em campo, Danilo logo se firmou, demonstrou sua capacidade com defesas consideradas impossíveis e ganhou o carinho da torcida. Com ele e Tencati, o Tuba foi campeão da Divisão de Acesso de 2011, voltou a disputar o Campeonato Paranaense em 2012 (terminando em 5º, a uma posição de garantir uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro), e parou nas oitavas de final da quarta divisão nacional em 2013, eliminado traumaticamente pelo Juventude, em Caxias do Sul. Na três temporadas em que defendeu a camisa alviceleste, foi o goleiro menos vazado do Campeonato Paranaense - duas vezes - e da Divisão de Acesso.

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Em setembro de 2013, com 26 anos, o goleiro foi emprestado para a Chapecoense, que à época disputava a Série B do Brasileirão. Em 2014, o goleiro foi negociado em definitivo após a lesão do titular Nivaldo e do seu reserva imediato, Rodolpho. Na temporada, a Chapecoense conseguiu o acesso para a Série A e terminou a Segundona na segunda posição, atrás somente do Palmeiras.


No ano seguinte, o atleta conquistou a titularidade absoluta no clube e se transformou em um dos destaques da Chapecoense, constantemente apontado como um dos responsáveis pela manutenção da equipe na Série A por três temporadas - já está garantida para a quarta, em 2017. Na Sul-Americana de 2016, Danilo foi responsável pela classificação do time para as quartas de final da competição nas disputas de pênaltis. Diante do Independiente, da Argentina, na Arena Condá, em Chapecó, o camisa 1 defendeu quatro cobranças e garantiu a vaga da agremiação brasileira.

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Na semifinal, contra o San Lorenzo, da Argentina, a estrela de Danilo novamente brilhou. Após empate em 1 a 1 primeiro jogo, em Buenos Aires, as equipes empatavam em zero a zero, e, aos 48 minutos do segundo tempo, após cruzamento na área, a bola sobrou para um jogador argentino que bateu dentro da pequena área. Mostrando reflexo e bom posicionamento, Danilo salvou a Chapecoense com uma defesa espetacular, com a perna direita, e garantiu a classificação para a final.


Sérgio Malucelli, gestor do Londrina, comentou a morte do goleiro no acidente aéreo desta terça. "É um momento muito difícil para todos nós. Tínhamos muitos conhecidos na Chapecoense, amigos. O Danilo tinha uma amizade muito forte conosco, era uma pessoa excelente, nos falávamos direto. Está sendo muito duro", afirmou o dirigente ao Portal Bonde.

O treinador Claudio Tencati também falou sobre a tragédia em coletiva realizada no início da tarde. "Considero o Danilo como um filho. Vi este menino crescer. Eu vi o Danilo com 10 para 11 anos, idade do meu filho. Foram etapas da vida dele que participei de todas. Brincava que eu era o segundo pai, inclusive no sentido de puxar a orelha, motivar, brincar. A gente tinha um vínculo muito forte", enfatizou.


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