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Entidades médicas flexibilizam jejum de 12h para exames de colesterol

Agência Estado
15 out 2016 às 13:12
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O hábito de marcar os exames de colesterol logo no começo da manhã, para evitar a fome e as filas, está prestes a mudar. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, a de Cardiologia e a de Análises Clínicas se posicionaram oficialmente contra a obrigatoriedade do jejum de 12h para exames de colesterol e triglicérides. As entidades, responsáveis por estabelecer diretrizes para os laboratórios médicos, pretendem formalizar o documento com a flexibilização do jejum em janeiro de 2017.

"As sociedades fazem as recomendações, mas o médico deverá avaliar os casos em que pode ser necessário o jejum, de acordo com o estado metabólico do paciente", afirma Tania Martinez, coordenadora de Ações Sociais para a Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O jejum ainda será recomendado em situações específicas, por exemplo, quando o paciente possuir alta concentração de triglicerídios no sangue (acima de 440 mg/dL, sendo que o normal é de até 150 mg/dL). Também o jejum de oito horas continua necessário para o diagnóstico de diabetes em glicemia, apesar de existirem outros métodos para a realização do diagnóstico dessa doença. Em geral, porém, os laboratórios devem realizar a coleta de sangue independente do tempo de jejum.

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Segundo as entidades médicas, o exame deve refletir o estado metabólico cotidiano do paciente, em suas condições habituais de dieta. Alex Galoro, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, afirma que a principal vantagem dessa nova recomendação é para o próprio paciente, que vai poder evitar o desconforto de fazer jejum por 12 horas. "Para o laboratório, as principais alterações vão ser na adequação do tipo de laudo e no fluxo do trabalho, que deve diminuir no período da manhã", diz. Galoro diz acreditar que menos de 10% dos pacientes precisará fazer jejum para o exame de triglicérides.

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O jejum, que já não era obrigatório para os exames de colesterol e de HDL (conhecido como 'colesterol bom'), era necessário para se verificar o nível de triglicerídios no sangue. "Como o cálculo do colesterol total e das frações era feito em conjunto, precisava-se medir o triglicérides para calcular as outras frações do colesterol", explica Carlos Eduardo Ferreira, coordenador médico do Hospital Israelita Albert Einstein. Com a evolução das técnicas laboratoriais, foi possível alterar o método, que verifica os riscos de doença cardíaca no paciente.

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"Faz quatro meses que o Albert Einstein já não exige o jejum de 12 horas para os exames de triglicérides", afirma Carlos. Com base em estudos internacionais, o médico conta que a equipe do hospital fez uma reunião interna e decidiu flexibilizar a exigência do jejum. "Muitos pacientes e médicos já não seguiam essa orientação. Agora as sociedades médicas decidiram oficializar essa prática, já que não existia razão para mantê-la", diz.


Carlos também é diretor de ensino da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e tem ajudado na elaboração das novas diretrizes de medicina laboratorial propostas pelas entidades brasileiras.


Desde 2009, as sociedades médicas da Dinamarca não recomendam mais o jejum em testes laboratoriais de lipoproteínas, depois de realizarem exames em pacientes em momentos aleatórios do dia e não verificaram alterações nas análises. A Sociedade Europeia de Aterosclerose e a Federação Europeia de Química Clínica e Medicina Laboratorial publicaram este ano um estudo também confirmando que o jejum não interfere nos exames. Nos Estados Unidos, as sociedades médicas ainda discutem a regulamentação.

Com o posicionamento das sociedades brasileiras, que ratificaram as diretrizes propostas pelas entidades internacionais, laboratórios no País já estão sofrendo alterações. Existem alguns, porém, de pequeno e médio porte que ainda não têm a tecnologia necessária para realizar os procedimentos indicados. "Há um número significativo desses laboratórios de menor porte, mas em volume de exames de colesterol e triglicérides, eles não representam tanto do que é feito no País", afirma Alex Galoro.


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