Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Novos tratamentos

Pesquisa da USP descobre como vírus deixa Leishmaniose mais agressiva

Agência Brasil
02 dez 2019 às 11:50
- Reprodução/Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Uma pesquisa desenvolvida pela FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo) mostrou como um determinado vírus faz com que a leishmania - protozoário causador da leishmaniose - torne-se mais agressiva aos humanos.

A leishmaniose tegumentar, transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas do mosquito palha, causa lesões localizadas na pele. No entanto, em casos mais graves, quando há a disseminação das feridas, as lesões passam a aparecer também nas mucosas, frequentemente no nariz, na boca e na garganta, podendo desfigurar o rosto do paciente. Neste estágio, conhecido como o da leishmaniose mucocutânea, a doença pode se tornar letal.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Os pesquisadores já tinham conhecimento de que leishmania, quando infectada com o vírus LRV (Leishmania RNA virus), era capaz de desenvolver os casos mais graves da doença. A pesquisa da USP mostrou agora como o vírus possibilita ao protozoário se desenvolver de forma agressiva.

Leia mais:

Imagem de destaque
Ex-BBB

Linn da Quebrada anuncia pausa na carreira para tratar depressão

Imagem de destaque
Entenda

Após indiciamento de Bolsonaro, PGR pede mais apuração sobre fraude em cartão de vacina

Imagem de destaque
Doença avança

Boletim da Dengue: regional de Londrina contabiliza mais de 25 mil casos em uma semana

Imagem de destaque
183 no Paraná

Brasil já registra 1.657 mortes por dengue desde janeiro de 2024


"Quando a leishmania infecta as pessoas fica uma queda de braço. Ela querendo sobreviver e nosso sistema imunológico tentando eliminar o parasita. Mas, quando a leishmania tem o vírus, ele 'desliga' alguns dos mecanismos do nosso sistema imunológico que combatem o parasita”, destaca Renan Carvalho, autor da pesquisa e cientista do Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos da FMRP-USP.

Publicidade


De acordo com a pesquisa, quando a leishmania infectada com o LRV invade o corpo humano, o vírus ativa um receptor nas células chamado TLR3, o que faz com que o sistema imunológico comece a produzir a substância interferon do tipo 1. O interferon, por sua vez, induz a autofagia das células humanas, ou seja, o processo de degradação e reciclagem de componentes da célula.


Com isto, as células humanas ficam mais vulneráveis, já que a presença do interferon impede a ação do inflamassoma, um conjunto de proteínas do sistema imunológico que combate a leishmania.

Publicidade


"Como essa proteína que mata a leishmania está sendo silenciada pelo vírus, a leishmania consegue sobreviver melhor, proliferar melhor e causar aquela forma da doença mais grave que é a leishmaniose mucocutânea. O parasita migra para o rosto das pessoas, tanto para a boca quanto para o nariz e desfigura o rosto do paciente”, destaca Carvalho.


De acordo com o pesquisador, o estudo abre caminho para novas formas de combater a leishmaniose e tratar os pacientes. "A gente propõe que, a partir de agora, o paciente que chegue com suspeita de leshmaniose, ele seja diagnosticado não apenas para ver se tem a leishmania, parasita, mas que seja também feita uma análise molecular para ver se a leishmania possui o vírus”, diz Carvalho.

Publicidade


Segundo o cientista, caso diagnosticado com a leishmania portadora do vírus, o paciente deverá receber, além do tratamento convencional contra a leishmaniose, drogas capazes de combater também a ação do vírus. Essa medicação, no entanto, ainda está em fase de pesquisa.


Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil são registrados anualmente cerca de 21 mil casos de leishmaniose tegumentar. A região Norte apresenta o maior número de casos, seguida das regiões Centro-Oeste e Nordeste.

A pesquisa da Faculdade de Medicina da USP foi realizada no CRID (Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias), em Ribeirão Preto, São Paulo, um Cepids (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade