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Ignorância

Homossexualidade: por que tanto preconceito?

Sexo & Comportamento - Folha de Londrina
22 out 2010 às 16:17
- Reprodução
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A homossexualidade, caracterizada como sendo a atração afetivo-sexual por pessoas do mesmo sexo, sempre existiu, nas várias sociedades e culturas. Na antiga e famosa obra clássica da literatura árabe 'As mil e umas noites' assim está escrito: ''Há pessoas que se apaixonam e sentem atração afetivo-sexual pelas pessoas do sexo oposto; há pessoas que se apaixonam e sentem atração pelas do mesmo sexo e há aquelas que o fazem por ambos os sexos''. Na Grécia Antiga, o homoerotismo era considerado comum e respeitável, sendo um ritual de passagem da adolescência para a vida adulta, no qual homens adultos iniciavam sexualmente os rapazes de 12 a 20 anos.

Contudo, desde longa data até os dias de hoje observamos que a homossexualidade é vista de forma preconceituosa, sendo considerada crime em 75 países. No Brasil, que não faz parte deste conjunto, o crime consiste em discriminar gays, lésbicas, travestis e transexuais. Apesar disso há um alto índice de registros de agressões e assassinatos de pessoas que fogem ao padrão hetero. É denominada homofobia a aversão, o desprezo e toda forma de agressão física, verbal e psicológica a pessoas homossexuais.

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Por que muitos têm ódio de pessoas homossexuais? Podemos dizer que a Igreja e a Ciência foram os maiores responsáveis pelo preconceito. Para a Igreja, o sexo sempre foi visto como necessário para a procriação, jamais para o prazer. Assim, toda prática sexual que não fosse voltada para esse fim era tida como pecaminosa, conforme apontava São Tomás de Aquino no século 16. É o caso da masturbação, sexo oral e anal e da homossexualidade. Então por causa principalmente da associação entre sexo e procriação a homossexualidade foi e continua sendo reprovada pela Igreja, da linha tradicional do catolicismo, bem como de outras religiões. A medicina, na 2 metade do século 19, rotulou-a como doença e apontou para a necessidade de tratamento. Só a partir da década de 1970 passou a não mais considerar a homossexualidade como doença mental nem transtorno sexual.

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O pesquisador Judd Marmor de forma resumida apresenta os três principais fatores que favorecem a homofobia: forte doutrinação religiosa; ignorância do que seja a homossexualidade; e/ou profunda insegurança (e medo) em relação à própria sexualidade e/ou orientação sexual. Considero que o desconhecimento a respeito da diversidade sexual e da sexualidade como um todo seja o principal fator. Podemos afirmar que a falta de educação sexual em casa e na escola é a causa maior da homofobia. Sobretudo a falta de uma educação pautada em valores morais, de respeito ao próximo, ao diferente, incluindo-se todo tipo de diversidade.


O mais triste em relação a este assunto é que a homofobia é o mais tenebroso dos preconceitos, porque é no próprio lar da pessoa homossexual que ela se manifesta primeiro e mais fortemente.

Mary Neide Damico Figueiró, psicóloga, doutora em Educação, professora universitária e especialista em Educação Sexual pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana


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