Com direito ao onipresente Pelé, samba e muito futebol (esporte que nem deveria participar dos Jogos, ao menos na versão masculina), o Rio de Janeiro defende até sexta a sua candidatura a sede das Olimpíadas-2016.
Disputando a indicação com Tóquio, Madri e Chicago, a ``Cidade Maravilhosa´´ tenta passar a imagem de que foi a melhor avaliada pelo Comitê Olímpico Internacional e que é favorita destacada na eleição de sexta-.
Mas, não esconde falhas graves de seu megalomâno projeto, com orçamento estimado em mais de R$ 28 bilhões.
O Rio, e o Brasil, não pode pensar em sediar os Jogos por uma série de motivos:
A péssima mobilidade urbana, próprias de seu relevo acidentado, com gargalos no trânsito e rede de mêtro bastante limitada;
A criminalidade e o grande número de áreas comandadas por quadrilhas de traficantes de drogas;
A própria monocultura futebolística que impera no país, apesar de nos últimos tempos o Brasil ser quase imbatível mesmo aenas no vôlei, e das vitórias isoladas em outras modalidades, graças a individualismos prórpiso de um Diego Hipólito ou de um Cesar Cielo, por exemplo.
Talvez todos estes problemas possam ser solucionados, e a imagem de cidade paradisíaca, que é verdadeira ao menos nos atrativos naturais, possa imperar, mas outro problema, muito mais grave, não tem solução e inviabilizaria a candidatura, caso morássemos em um país minimamente sério.
É o fato da organização de candidatura e de uma eventual execução das inúmeras obras nela previstas estar a cargo dos mesmos dirigentes dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
Competição que pouco deixou de legado para a cidade (o ``estádio´´ de beisebol e softbol, por exemplo, limitava-se a um conjunto de tendas e arquibancadas provisórias, e foi varrido pelo vento, prejudicando toda a programação dos dosi esportes), que praticamente acabou com o autódromo de Jacarepaguá (que será totalmente extinto caso o Rio seja aprovado para 2016) e custou dez vezes mais do que o previsto, em conta paga quase que integralmente por dinheiro público.
Se o Rio for escolhido, todos os desmandos do Pan se repetirão em escala muito maior, e se mantida a proporção entre a estimativa de gastos e o total investido, a conta final passará de pornográficos R$ 280 bilhões. Um troco (ou quem sabe uma marolinha) para um país tão desenvolvido como o Brasil.
Resta torcer para que os votantes do COI avaliem isto tudo e escolham uma das outras três candidatas.