O jogo. Quando se fala no confronto entre Brasil e Argentina, adjetivos e superlativos são comuns, por isso é mais fácil resumir desta forma: o jogo.
O jogo porque alimenta uma rivalidade centenária nos gramados.
O jogo porque reúne sete títulos mundiais (e neste caso pouco importa que seja menos do que nos duelos entre Brasil com Alemanha ou Itália, ou exatamente igual ao confronto entre as duas maiores seleções europeias).
O jogo porque opõe duas das escolas mais tradicionais do futebol, a do toque de bola argentino contra a da fantasia brasileira, mesmo que hoje muito mais europeizadas.
O jogo porque pode garantir ao Brasil a vaga antecipada na próxima Copa do Mundo - o que manteria a marca de 100% de participações em mundiais até pelo menos 2014. Para se classificar já amanhã, o time de Dunga precisa vencer e torcer para que o Uruguai não supere o Peru, em Lima, e que o Equador perca da Colômbia, em Medellín.
O jogo porque é a chance argentina de se recuperar da campanha irregular nas Eliminatórias.
O jogo porque os donos da casa terão Messi, Tévez e Aguero e o Brasil conta com Kaká e Júlio César, os craques do dia.
Só não será o jogo porque as duas seleções têm no comando dois ex-atletas que ainda não podem ser considerados bons treinadores.
Gênio nos gramados, Maradona ainda não conseguiu fazer com que sua equipe jogasse como nos tempos em que ainda calçava chuteiras.
Já o limitado volante Dunga valoriza excessivamente os jogadores que lembram o estilo de jogo que tinha quando atleta e mais uma vez o Brasil vai a campo com três volantes. E não dá para ser o jogo aquele em que Gilberto Silva veste a camisa titular do time brasileiro.
Além do Brasil, a rodada que termina domingo pode ter outras duas seleções classificadas.
Gana - com uma vitória em casa sobre o fraco Sudão, somada a um empate entre Benin e Mali - e Inglaterra - que mesmo sem jogar pode se garantir com as improváveis derrotas das seleções de Ucrânia e Croácia, que atuam em casa contra Andorra e Bielorússia, respectivamente.