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Deu pau no computador

31 dez 1969 às 21:33
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A crônica abaixo foi escrita pela editora Adriana De Cunto e publicada na edição de sexta-feira do Caderno Curitiba. A ilustração é do Marco Jacobsen.

Os bons tempos não voltaram
Adriana De Cunto

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Outro dia ficamos sem conexão com a web, ou seja, a internet ''deu pau''. E o pior, não foi só a rede mundial de computadores que caiu, o próprio sistema operacional que usamos aqui na Redação da FOLHA entrou em estado de hibernação. Isso, às 14 horas, quando os repórteres da manhã estão saindo e os da tarde chegam, acessam as suas pautas e depois vão para a rua, para o telefone, para a internet atrás de informações e fontes.

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Aventuras de um repórter 5


Desnecessário dizer que pelo justo período de uma hora em que as coisas ficaram paradas, eu me perguntei: Como é que os jornais viveram sem a web durante tanto tempo? Como é que eu trabalhei uns cinco ou seis anos no jornal usando máquina de escrever, telex, páginas desenhadas de diagramação, fax, rádio-escuta?

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Já fiz de tudo na Redação da FOLHA e quando era pauteira, em Londrina, lembro que chegava cedo para trabalhar e encontrava em cima da mesa uma pilha enorme de papel - eram os releases, telex que vieram na noite anterior. E no decorrer da manhã essa papelada continuava chegando e disputando espaço com os blocos de anotações e o radinho de pilha - era por ali que a gente acessava as notícias quentinhas da hora.


Nada de sites oficiais do governo, da prefeitura, das promotorias, tribunais. Se a gente precisava descobrir qual foi a decisão judicial para determinado caso, tinha que telefonar ou ir pessoalmente ao Fórum, à prefeitura, delegacia, etc.

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Pois é. Sou do tempo em que pesquisar uma informação não era acessar ao Google. A gente pedia para o boy buscar no Arquivo - ou a gente mesmo ia até lá - pegar as pastas de determinado ''caso''. Se o repórter desconfiava que o tema abordado ia dar suítes (desdobramentos, no jargão jornalístico) recortava no jornal as matérias publicadas, guardava em pastinhas na gaveta. Assim estaria mais à mão e não perderia tempo depois.


Engraçado como foi fácil lembrar daquele batuque barulhento das dezenas de máquinas de escrever sendo datilografadas ao mesmo tempo em que os repórteres falavam no telefone e ao fundo, o telex trabalhando. E paralelamente, as pontas das mesas de madeira eram queimadas aos poucos pelos tocos de cigarro aceso que os jornalistas iam esquecendo.

Engraçado como foi esquecer rapidinho desses ''bons tempos tempos do jornalismo'' assim que o sistema operacional e a web restabeleceram a normalidade. Ao contrário de antigamente, agora temos horário apertado de fechamento. Fui!


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