1) Deputada, a senhora está em seu segundo mandato como deputada federal, sempre tendo como objetivo o trabalho voltado à inovação e à educação. Nestes últimos dois anos de mandato quais foram seus projetos e ações voltadas a este objetivo?
Na Câmara dos Deputados fui presidente da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia e da Frente Digital, que têm por objetivo discutir as pautas do setor, assim como os projetos de lei e demais proposições em tramitação. Sou autora de vários PLs e, entre outros, do PL 4944/20, que propõe alterações na Lei do Bem (lei 11.196/2005), que permite que o excedente do percentual dos dispêndios com pesquisa tecnológica seja excluído do lucro líquido para aproveitamento em exercícios subsequentes, trazendo incentivos à inovação e à pesquisa tecnológica.
Entre os meus projetos na educação, destaco: projeto “Letramento Digital”. Londrina foi a primeira cidade do País a receber esse projeto, que é ministrado no contraturno escolar, e tem por objetivo impulsionar o desenvolvimento de habilidades digitais e promover a inclusão social por meio da educação tecnológica. Também conseguimos a implantação de campi do IFPR em Cornélio Procópio, Ibiporã e Cambé.
2) Londrina tem um ecossistema de inovação já consolidado, porém as cidades da região ainda não alcançaram o mesmo patamar. Quais ações a senhora vem realizando para melhorar o ecossistema de inovação do Norte do Paraná?
Sou autora de vários projetos que buscam incentivar a inovação. Conseguimos implantar em Londrina o primeiro ecossistema de inovação do agro, uma iniciativa do Ministério da Agricultura. Outro ponto importante são as instituições federais de ensino e trabalhamos com sinergia com todas elas, inclusive com destinação de emendas.
Incentivamos a criação do Consórcio de Inovação do Norte, que tem por objetivo criar um ecossistema de cooperação entre as unidades da UTFPR, UFPR e IFPR visando fomentar um ambiente de inovação e atuação conjunta entre academia e empresas. Esse consórcio conta com laboratório, com equipamentos de última geração. Também conseguimos novos cursos de graduação, como Inteligência Artificial e Engenharia de Software na UFPR de Jandaia do Sul.
3) A senhora foi escolhida para ser a presidente do projeto que deve regulamentar a Inteligência Artificial, um assunto importante sob o ponto de vista da inovação, mas também relacionado a outros temas de grande relevância como a ética no uso da tecnologia. Quais são os pontos prioritários no seu entendimento em relação a esse assunto?
Acredito que devemos apresentar uma legislação que garanta os direitos individuais e coletivos das pessoas, mas que não impeça o desenvolvimento da inovação, principalmente pelos pequenos e médios desenvolvedores. Hoje o Brasil está “fora do mapa da inovação” mundial e acredito que precisamos mudar esse cenário. Mas entre os eixos prioritários que nortearão os trabalhos da Comissão, destaco: Direitos Autorais; Classificação de Risco; Sistema de Governança; Fomento, Pesquisa e Desenvolvimento.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)