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Entrevista com a poeta Katia Sentinaro

23 jun 2021 às 10:36
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Nossa entrevistada é a poeta Kátia Sentinaro. Ela mora em Campinas, é natural de Araras/SP, jornalista, pós-graduada em marketing e língua portuguesa. Faz parte da Seção Campinas da UBT (União Brasileira dos Trovadores). Premiada em Petrópolis/RJ (2020) como trovadora veterana; e em Juiz de Fora/MG, Arapongas/PR (2018) e Cantagalo/RJ (2017), como nova trovadora. Está na antologia "Múltiplas Palavras I e II”, organizada pela UBT Juiz de Fora/MG. Também teve obra selecionada em coletânea de poesias de Salto/SP (2018). Busca inspiração nos animais e no mundo infantil. Autora o livro "PetPoema”, poesias sobre pets para crianças, com site e app. Facebook petpoema.com Instagram @katiasentinaro e @petpoema. E-mail [email protected] e telefone (19) 98148-1603.

Confira a entrevista com Kátia Sentinaro

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> Fale um pouco de seu início como poeta. Quando começou a ler poemas e quando começou a escrever poemas?

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Meu sonho de ser poeta e escritora vem da adolescência, por influência da minha professora de português. Com 13 anos ganhei o segundo lugar num concurso de redação em Araras, no interior de São Paulo, cidade onde nasci, o que me incentivou ainda mais. Recordo-me da minha primeira poesia e onde eu estava quando a escrevi: sentada na cama do meu quarto, olhando o céu pela janela. Voltei a escrever com frequência em 2016, quando criei o que chamo de PetPoema, poesia sobre pets, e hoje me dedico à poesia e às histórias infantis. Também sou membro da UBT União Brasileira dos Trovadores Seção Campinas/SP, categoria de veterana.

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> Pode citar os nomes de cinco poetas que admire?


Ruth Rocha, Cecília Meireles, Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina. E outros autores infantis como Alexandre Rampazo, Pedro Bandeira, Eva Furnari, Roseana Murray, Ziraldo e tantos outros.

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> Sente na sua obra a influência de algum ou alguns poetas?


Sim, minha inspiração vem de Cecília Meireles e Ruth Rocha, que falam às crianças com alegria, otimismo e amor. Essas autoras também utilizam animais para dar voz a várias questões e sentimentos infantis, assim como eu tento fazer nas minhas poesias e textos. Já o autor nacional consagrado José Mauro de Vasconcelos, com seu livro "Coração de vidro” me marcou profundamente na infância, com sua temática de sofrimento dos animais.

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> Como é seu processo criativo? Para escrever um poema, por exemplo, você parte de uma palavra? De uma imagem? De uma vivência? De acontecimentos?


Na maioria das vezes parto de uma imagem, geralmente a foto de uma cena ou de um animal que tem um olhar, um enquadramento diferente. E lembro de vivências, principalmente com os animais de estimação de minha infância. Para meus poemas específicos sobre cães e gatos que eu não conheço pessoalmente, parto de uma breve descrição. Às vezes, a ideia surge da observação da rotina dos bichos, da família ou de conversas com familiares. Conforme o assunto e a palavra citada, eu digo: isso dá um poema. Para escrever, gosto do silêncio e de estar sozinha. E continuo optando pelo meu quarto, pela minha cama, como principal local para a escrita. Apenas troquei o caderno e a caneta pelo laptop, pois prefiro digitar.

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> Como analisa a sua própria obra? Fale de seu estilo artístico e de sua voz poética.


Eu falo principalmente sobre os animais e para as crianças. Tento colocar os sentimentos e as reflexões nessa temática. Gosto de usar rimas e dar ritmo aos textos. Inicialmente, minha ideia com os petpoemas era fazer poemas para porta-retrato, mas acabou virando livro. Para mim, a poesia pode ser encontrada em qualquer lugar, nos detalhes do cotidiano, basta observar. Gosto de sentir essa força, de uma experiência aparentemente simples (observar uma cena, um olhar, uma forma de ser) que me arrebata ou me faz pensar de uma forma diferente.

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> Nesta época muitas pessoas escrevem poemas. Você pensa que essa explosão poética elevará a poesia ou a banalizará?


Eu creio que quanto mais pessoas se interessarem pela poesia, mais ela crescerá. A poesia, por estar em todos os lugares, é também democrática. Todos podem escrever, porque a poesia faz a gente extravasar os sentimentos, é quase uma terapia. Claro que nem todos serão poetas imortais, mas sempre há uma forma diferente de expressar um sentimento em palavras. É como uma orquestra que utiliza os mesmos instrumentos, as mesmas notas musicais, e faz coisas diferentes. Sempre há uma nova visão da realidade a ser compartilhada ou refletida numa leitura.

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> Como faz os títulos de seus poemas? Você escolhe alguma palavra do poema, procura inspiração em outros textos ou os títulos surgem na sua cabeça?


Geralmente o título é uma palavra do poema ou sintetiza a situação ali narrada. Às vezes, peço opinião de outras pessoas, em especial para minha filha Helena, pois não sou boa com títulos.


> Qual é a sua expectativa? Espera alguma reação específica dos leitores?


Quando acabo um poema fico imaginando a reação do público que vai ler aquele texto, principalmente as crianças. Por exemplo, acho muito legal ver como se comporta o dono de um pet, quando lê uma poesia que fiz especialmente para ele e seu animal. Geralmente, é muito forte, se a pessoa ama aquele ser, ela chega a chorar. Sempre fico na expectativa dessa emoção. Recentemente lancei meu livro de poesias para crianças, sobre cães e gatos, chamado Petpoema, e sempre fico imaginando os pequenos lendo, se estão se divertindo com minhas poesias. A gente quer agradar, né?


> Segundo a sua percepção, esta época de pandemia (novo coronavírus/Covid-19) mundial é boa ou é ruim para a criação literária? Você se sente mais ou menos inspirada?


A pandemia fez com que a gente ficasse em casa e dependesse cada vez mais da internet, essa ferramenta poderosa para o bem e para o mal. De certa forma, a quarentena fez com que eu produzisse mais. É ruim, pois não há contato pessoal fora o círculo familiar, e muitas ideias vêm de conversas e da observação do cotidiano. E também sinto pelo enorme sofrimento de tantas pessoas com a doença e por tantas perdas.


> Fale de seus projetos para 2021.

Lancei recentemente meu livro de poesias sobre animais de estimação, para crianças, chamado PetPoema, que conta com versão impressa e site. Meu plano é trabalhar esse livro em oficinas de poesias em escolas. Em 2019 cheguei a ministrar uma oficina desse tipo na EMEB Tomoharu Kimbara, em Valinhos/SP, e as crianças amaram. Trata-se de um material rico para alunos do terceiro ao quinto anos do ensino fundamental I. Mesmo com a pandemia, a oficina pode ser feita virtualmente, pois o site (clique aqui) é interativo. Também já tenho novo projeto de livro infantil em andamento, que relata uma história real de superação e gratidão entre uma professora e seu aluno. Tenho outros ainda embrionários, como uma coleção de histórias divertidas contadas por minha mãe sobre aventuras de sua infância e um livro com uma seleção de petpoemas em forma de histórias para crianças bem pequenas. E, claro, continuo na UBT Campinas e com minha página no Facebook e Instagram @katiasentinaro @petpoema.


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