Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade

Entrevista com Solange Rosenmann

12 out 2020 às 20:13
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

SOLANGE CHEMIN ROSENMANN é especialista em Artes. A partir da década de setenta participa de exposições coletivas, salões de arte e mostras individuais, nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Artista Visual e Designer integra acervos públicos e particulares, tendo obras no Brasil, Estados Unidos, França, Japão e China. Integra o Dicionário de Artes Plásticas no Paraná, de Adalice Araújo, e o Catálogo do Acervo do Centro Cultural Brasil Espanha.
• Poesia e Prosa na SEEC: Antologia de Escritores da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Curitiba, 2000. Pág 41. Três quartos de tempo. • Material didático Museu Oscar Niemeyer (2003 a 2010). • Artigos Revista Digital de Difusão Cultural CONTEMPORARTES, da Universidade Federal do ABC/SP. • Artes, diversidades e afins – Melhores textos da Contemporartes: Revista de Difusão Cultural (2009-2017) Ana Dietrich e Rodrigo Machado, organizadores) - Santo André, SP. Universidade Federal do ABC, 2017 (Coleção Transversalidades EDH). Pág 139 – Arte contemporânea e os fazeres artísticos. • Antologia poética, Poesia Livre 2019 – Série Novos Poetas nº31-Isaac Almeida Ramos, organização e apresentação. Vivara Editora Nacional, PB. • Exposições de Poesia na Argentina: Na galeria R Van R, da cidade autônoma de Buenos Aires, e na cidade de Necochea (Buenos Aires), 2019.

QUANDO COMEÇOU A ESCREVER POESIA?
Penso que aprendi a escrever poesia olhando, observando a natureza em suas cores e formas, desde a infância. Diante da imensidão do céu, do rio, do barulho das águas, da queda das frutas salpicando de novas tonalidades o chão gramado. E, ainda, no correr do vento, acelerando ou acalmando nuvens de um céu azul ou cinza.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


FALE DOS AUTORES QUE A INFLUENCIARAM...
Na literatura infantil e infanto juvenil descobri o encantamento entre texto, imagem e imaginação acompanhada de bruxas, fadas, gnomos, príncipes e princesas, nos casebres e palácios entre florestas, mares, desertos, campos e cidades.
Flertando com a brasilidade e as etnias em Lobato e, com um certo estado minimalista em Antonie de Saint - Exupéry, deparei-me ainda, com as animações e musicais de Walt Disney e o silencioso estudo das inúmeras do Antigo Testamento. Tímida e com um sotaque nada curitibano, o livro era companhia para auxiliar na oralidade. Tive a oportunidade de conhecer e apresentar em um Seminário Cívico dos tempos de Colégio, a escritora Helena Kolody (amiga de minha tia-avó), a qual entrevistei e estudei, junto a Dalton Trevisan, nosso vampiro, com quem passei a apreciar os nomes comuns.
Posteriormente, o encontro marcado com Machado de Assis e Dom Casmurro, Joaquim Manuel de Macedo e A Moreninha; José Mauro de Vasconcelos e Rosinha minha canoa. Ainda, a importância do ato de escrever cartas, sejam elas de Franz Kafka, Charles Baudelaire, Vicent Van Gogh ou Rainer Maria Rilke que, sem dúvida, contribuíram pelo gosto de escrever. Foi em Carlos Drummond de Andrade, Mario Quintana, Augusto dos Anjos, Paulo Leminski e Alice Ruiz a ampliação da linguagem poética, do vocabulário, passando, então, a conviver com a Antologia da Sala 17 de Edival Perrini, Antonio Thadeu, Wojciechowski, Roberto e Marcos Prado, Paulo Venturelli, entre outros. Mas foi do encontro com os concretistas brasileiros e meu vizinho, Décio Pignatari a certeza de um caminho.

Leia mais:

Imagem de destaque

Sem dúvidas - Conto de Graciela Pucci

Imagem de destaque

As coxas de Hermínia (Conto de Wanderlino Teixeira Leite Netto)

Imagem de destaque

A outra casa - Miniconto de Araceli Otamendi

Imagem de destaque

Livro e exposição As Lavadeiras na Biblioteca Pública de Londrina


QUE LUGAR OCUPA A POESIA NA SUA VIDA?
Hoje ela caminha junto comigo e, para nosso bem-querer, não nos soltamos um minuto se quer.

Publicidade


FALE SOBRE OS SEUS MELHORES POEMAS
Apresentar os melhores poemas é selecionar alguns, que nos remetem a temáticas, cenas e cenários, de emoções transitórias. Emoções que insistem em dialogar entre fragmentos de memória e linguagens cotidianas, num conjunto de observações que insiste e persiste no desenvolver a linguagem poética enquanto simulacro da vida, temperada com uma pitada romântica.


QUAL SUA EXPECTATIVA QUANDO PUBLICA UM LIVRO?
Publicar é abrir as gavetas ao olhar do outro, permitindo-se sair da linha de observador para observado.

Publicidade


VOCÊ TEM UM RITUAL PARA ESCREVER...
Tudo na vida parece obedecer a um rito. Eu gosto de manter por perto um Lápis e um Papel. Quando a ansiedade se manifesta, simplesmente, deixo fluir a emoção sobre o papel, materializando-a em forma de texto.


COMO É O SEU PROCESSO CRIATIVO?
Conforme já mencionei, gosto de manter por perto um lápis e um papel.
Por vezes a poética começa com rabiscos, desenhos, letras, formas que depois se unem num sistema de paralelas. Por vezes, as paralelas brigam e resolvem trocar de lugar e o que era o início se faz fim e o que era fim se torna meio.
Os barulhos não me perturbam mas uma boa música instrumental sempre contribuí para que o texto flua com maior rapidez. Enquanto, um café, um vinho, uma água fresca são sempre bem-vindos, por vezes, persistem entre as leituras orais ou silenciosas para os ajustes ortográficos ou gramaticais.

Publicidade


NA SUA OPINIÃO A INTERNET INCENTIVA A LEITURA DE LIVROS OU PREJUDICA?
Eu sou uma acumuladora de livros, compro pelo autor, pelo título, pela temática, pelo design da capa e vejo as crianças e até alguns adultos me perguntarem se o lugar, casa ateliê é uma biblioteca. Gosto da materialidade mas a cultura está mudando para quanto menos mais organizada e confortável a vida.
Adaptar-se a internet se faz necessário e torna muito do cotidiano um sistema de multiplicidade vital mais ágil. Na minha opinião essa agilidade provoca novos paradigmas culturais que promovem um acumulo, por rapidez de acesso, ora de informações, imagens, textos, lugares, cenas, conceitos, biotipos, ritos, práticas ora pela ausência de vivências, da experiência física. Isto, por si só é uma grande transformação humana.
A história humana antes da internet promoveu os avanços da humanidade por meio dos livros e o registro de sua presença muitas vezes resguardados numa imagem 3x4. O que se percebe é que diante da internet é que aos poucos estamos co-criando nosso próprio avatar, qualificando assim uma novíssima identidade.
O papel dos livros também se transmuta, num exercício de resguardo dos recursos naturais ele ganha corpo imagético/ sonoro digital.
Acredito que a questão principal não fica sendo se a internet incentiva ou prejudica a leitura mas sim, quanto cada um de nós está preparado para fazer uma leitura uma vez que ela a leitura, necessita de interpretação. Com a internet não há apenas o texto, o autor, a distribuição do livro, a posse da materialidade mas o acesso a uma multiplicidade de tipologia, design, imagem, signos e símbolos que imediatamente podem ser comparados, compilados, justapostos.


NA SUA OPINIÃO O POETA NASCE OU SE FAZ?
O poeta nasce. Ele tem uma percepção particular do contexto existencial, onde o racional e o emocional dialogam constantemente. Encantado vai se aprimorando na leitura perceptiva da vida e por vezes registra por meio da escrita este viés da percepção.


PLANOS PARA O PRÓXIMO ANO?
Planejar no Agora é algo surreal. Prefiro sonhar. O sonho é etéreo, não compactua com tempo e espaço determinados. É nele, no sonho que imagino minhas gavetas abertas, ganhando formato de livros, na perspectiva angulas de múltiplos olhares.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade