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Praças - Crônica de Sergio Diniz da Costa

28 mai 2022 às 19:48
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Estou no centro da praça central de minha cidade. Manhã fresca de setembro. Céu de Brigadeiro.
    E ali parado, sou um mero e curioso observador. Algumas pessoas cruzam por mim como que desenhando um ‘Jogo da Velha’ em direção a seus afazeres. Outras, prestam atenção à pregação de um evangélico. Outras fazem uma roda, em torno de um artista de rua. Algumas, sentadas nos bancos, simplesmente parecem tão somente descansar ou ‘jogar conversa fora’.
    A praça central de minha cidade, naquele momento, me faz recordar de outra, que decantei em versos nos anos 80, quando estive na cidade de Santos, a trabalho. Era a praça ‘Ruy Barbosa’. E inspirado nela, também como um mero e curioso observador, o papel deu à luz ao poema ‘Impressões da Praça’:
    Velha praça de imortal nome!/ Encruzilhada de destinos/ Que correm paralelos/ Ou se entrecruzam/ Em eventuais encontros./ Velha praça de imortal nome! Onde os pássaros sufocam gorjeios/ Ao alarido de veículos céleres;/ Onde o trágico e o cômico se revezam/ Aos olhos transfixos dos transeuntes./ Velha praça,/ De novas emoções! Em seu solo vicejam/ Plantas e flores,/ Pegadas e frases/ Que Éolo mistura/ Em algaravias/ Que somente a brisa entende./ Os homens se esbarram,/ Mas não se tocam;/ Trocam ideias/ Ou falam a si mesmos./ As árvores cumprem seus destinos:/ Sombreiam, farfalham,/ Tingem a paisagem cinza citadina/ Com cores vivas;/ Mantêm colóquios misteriosos entre si;/ Brincam com anciões/ Recostados em alvos brancos,/ Derramando-lhes folhas soltas./ Velha praça de imortal nome!/ Ao dia, é vida e burburinho;/ À noite, é escura e melancólica;/ É abrigo de aves gárrulas;/ É repasto de pombos.../ E de sonhadores!
    Volto o pensamento à praça de minha cidade. Observo seus frequentadores e aqueles que por ela apenas transitam de passagem. E sinto que tanto ela quanto a de todas as cidades de todos os lugares deste planeta têm uma espécie de ‘alma’. Uma alma em comum. E essa alma representa um emblema, um símbolo: o símbolo da alma humana. No seu ir e vir, de um lado a outro, pelos caminhos da vida, em busca de algo.

    Talvez, em busca de si mesma.

Texto do escritor Sergio Diniz da Costa

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Sergio Diniz da Costa: Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros, um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Inter-NET Jornal e Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA - Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. Autor de 7 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu as seguintes honrarias: Pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; Pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Medalha Mérito Acadêmico, Comenda Láurea Acadêmica Ouro, Comenda Maria Quitéria Heroína da Pátria e Moção de Honra ao Mérito; a Comenda do Mérito Histórico Dom João VI , Honorável Mestre da Literatura Brasileira, Dr. h.c. em Comunicação Social, Medalha Comemorativa Bicentenário de Nascimento de Anita Garibaldi, Diploma Caneta de Ouro e Prêmio Destaque do Ano 2021; Pelo CSAEFH –  Destaque Cultural 2020; Destaque Social 2020; Embaixador da Paz, Paladino dos Direitos Humanos, Dr. h. c. em Direitos Humanos e Dr. h. c. em Comunicação Social e a Comenda Internacional Diplomata Ruy Barbosa 'O Águia de Haia', com o título honorífico de Comendador da Justiça de Paz; pela Antiquíssima e Soberana Casa Principesca de Blekinge e Grão-Ducal de Lapônia, o título de Comendador da Real Ordem da Águia Dourada de Blekinge.




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