Até quando a nossa Seleção vai "pipocar" na altitude? A nova derrota para a Bolívia deve ser atribuída ao ar rarefeito? Já transmiti dois jogos em La Paz, outros em Quito (Equador) e Arequipa (Peru) onde o problema também existe e confesso que o que senti foi pouco para atrapalhar o meu trabalho.
É, mas com jogador é diferente, ele tem que correr o tempo todo e não só ficar sentadinho na cabine falando no microfone! Pois é, mas um jogador de futebol é muito melhor preparado do que o cidadão comum (meu caso) para enfrentar essa dificuldade. O jogador conta com todo aparato necessário e assistência médica.
Sinceramente, não consigo entender porque o Brasil perde tanto para a Bolívia. Se altitude ganhasse jogo os bolivianos estariam na Copa do Mundo. Eles disputaram 9 jogos em La Paz e poderiam, nesse caso, somar 27 pontos. Como no primeiro turno eles empataram no Engenhão, no Rio de Janeiro, em plena "baichitude" do nível do mar, estariam garantidos na África do Sul.
Lembro também que na década de 60 Santos e Botafogo (como exemplos) faziam suas excursões pelos países da Cordilheira dos Andes, jogavam dia sim, dia não - e ganhavam de todo mundo. Metiam cinco ou seis gols em quem encontravam pela frente. A "altitude" era a qualidade do futebol que apresentavam.
Em assim sendo, chego a pensar que essa história de apanhar dos bolivianos é coisa do Lula com o Evo Morales. Acordo do nosso generoso presidente para ajudar os humildes visinhos. Só pode ser. Então, o nosso desejo é que o futuro presidente da República rompa esse compromisso e que voltemos a ganhar da "poderosa" Bolívia.
E o Verdão?
E no mesmo ritmo da Seleção está o Verdão, o Palmeiras. Líder como o time do Dunga, favorito contra os pequenos, mas decepcionando a galera. E nesse caso o problema não deve ser atribuído à falta de ar. É a falta de bola mesmo.
O Palmeiras foi medíocre contra o Náutico, numa autêntica inversão de valores. O líder disparado parecia ser o time pernambucano, dono de um futebol rápido e objetivo. O Verdão mostrou a imagem contrária, a de um time prestes a cair para a segunda divisão.
Mas, como a Seleção Brasileira, o Palmeiras tem muita sorte. Deu vexame em Recife e nenhum dos concorrentes venceu. São Paulo, Internacional, Atlético Mineiro e Goiás afundaram juntos e o campeonato continua na mesma situação. Com isso, o Palmeiras vai ser campeão mesmo sem querer ou ter futebol para tal.