Os dias seguintes da desclassificação do Londrina prometem, para a infelicidade geral da nação alviceleste, muitas bombas. Toda sujeira que continuava coberta pelo tapete vai aparecer, com certeza. Os absurdos da administração Peter Silva despontam para dificultar ainda mais a vida futura do Londrina Esporte Clube.
O não cumprimento do acordo com a Justiça do Trabalho caiu como uma bomba. O próprio advogado do Londrina, Ricardo Ramalho, nos enviou um e-mail, anunciando que alertara o presidente Peter Silva e o seu departamento financeiro sobre o grave problema. Ramalho confirmou que o LEC não tinha recolhido os 15 por cento da Justiça nos últimos 40 dias.
O curioso que o comandante do departamento jurídico do Londrina é também o presidente do Conselho Deliberativo do clube e, dentro da dupla função, poderia ter feito uma cobrança mais forte. Nesse episódio, Ricardo Ramalho agiu como advogado do Londrina, apenas alertando. Se tivesse pensado como presidente do CD, denunciado aos seus companheiros de conselho, a situação poderia ser diferente.
A verdade é que o Conselho Deliberativo do Londrina (com raras exceções) sempre fez o jogo do presidente e assim tem que engolir todos os atos que poderia ser evitados. Está passando da hora dos seus membros assumirem de fato a condição de conselheiros.
Os ingressos
O presidente da FPF, Hélio Cury, confirmou que não autorizou o Londrina confeccionar, por conta própria, parte dos ingressos para o jogo contra a Chapecoense. O caso vai para o Tribunal e o LEC poderá ser punido.
Além de desobedecer determinações da Federação e da CBF, pois somente as entidades podem confeccionar os ingressos das competições oficiais, o Londrina correu riscos pela falta do seguro. Se algum torcedor, portador daquele tipo de entrada, sofresse algum acidente no estádio, o clube teria que arcar com as responsabilidades.
Os jogadores
Os dias seguintes da desclassificação também deixam os jogadores numa situação mais difícil ainda. Eles foram liberadores, mas com os bolsos vazios. Seus salários continuam atrasados e novas ações trabalhistas podem aparecer.
Com exceção os que foram emprestados pela SM Esportes, todos têm dinheiro para receber do clube. A situação se estende também aos membros da comissão técnica e aos funcionários. Um verdadeiro problema social.
Lá pode
Entre os classificados para as quartas-de-final da Série D está o Araguaia Atlético Clube, da cidade de Alto Araguaia, sudeste do Mato Grosso, na fronteira com Goiás. Foi fundado em primeiro de dezembro de 1978. Seu estádio é o Bilinão com capacidade para 3 mil torcedores.
Esse time foi o dono da melhor campanha entre todos os participantes da Série D. Ganhou 22 pontos, um a mais que a Chapecoense, e só ficou como o último dos segundos colocados porque perdeu seis pontos no Tribunal, por ter escalado um jogador irregular.
No último domingo, no decisivo com o Uberaba, o Araguaia levou mais de 1.600 torcedores ao estádio. Pouca gente? Nada. Muita gente, se considerarmos que a cidade tem pouco mais de 13 mil habitantes. A receita para levar mais de 12% da população ao jogo foi cobrar dez reais dos homens e cinco reais das mulheres.
O interessante é que em todas as cidades de clubes da Série D foi possível fazer promoção, reduzir valores dos ingressos. Menos em Londrina onde sempre a diretoria do LEC anunciou ser proibido pela CBF e pela Federação Paranaense.
Aqui, pela ganância da diretoria comandada por Peter Silva, nunca se vez uma promoção do tipo da feita pelo Araguaia e mais: o estacionamento de carro custou o valor do ingresso antecipado.
Por essas e outras, o pequeno Araguaia vai em frente e o Tubarão pára.