Trio musical conta como é interpretar os anos 50 na cidade
Há momentos que sinto a moda sem grandes novidades. Chega até ser frustrante pensar que é preciso fazer a mesma coisa de novo. Mas, se a palavra de novo fosse escrita junta notaríamos com mais frequência que há novidade na repetição, e assim, eu poderia descobrir algo novo quando a separasse. Falar do que já aconteceu com toque de modernidade tem sido o grande desafio da moda atual.
Em Londrina, o cenário musical se torna vitrine e o romance entre moda e música é a alma do negócio. Aplaudimos personagens, que quando vestidos aguçam ainda mais nossa imaginação. É o caso do trio, Clusters Sisters, cópia assumida de cantoras da década de 50, principalmente do trio inglês "The Puppini Sisters".
Mas mesmo que as meninas copiem o estilo musical há inúmeras outras características que as difere. As roupas hoje usadas em shows são do Conto do Vigário, marca londrinense que explodiu na internet. As cores quentes e o turbante são características típicas da moda brasileira. Mais diferença? Elas moram em Londrina.
Conseguir uma entrevista com as meninas só foi possível após conhecer Gabriela Catai, integrante principal da trupe. Encontrei-a uma noite de quinta-feira, ao chegar da Semana de Moda de Curitiba. Na semana seguinte, às 17h30, estava com o carro parado no semáforo do outro lado da rua da casa noturna, Vitrola Bar. Ao entrar na pista de dançai Gabriela catai, Maitê Motta e Giovanna Correia me receberam.

Foto: Maíra Bette Motta
À primeira vista
"É a diferença que nos faz irmãs", afirma catai. "Somos diferentes umas das outras e acho que é por isso que a gente se dá tão certo. Cada uma sabe até onde pode ir com a outra, eu já sei o que a Giovanna vai gostar e o que ela não vai, por exemplo. Nos conhecemos no coral da UEL (Universidade Estadual de Londrina) onde cantávamos. Foi lá que o projeto ganhou vida e está já está há quatro anos na estrada. Nos apresentamos muito de Londrina, mas sempre levamos algo daqui pra onde vamos. Após o show tem muita gente que fala que a gente parece ter saído de um túnel do tempo por causa das roupas e do jeito que atuamos no palco. Pra você ter ideia, sempre colocamos um cavalete na porta dos bares com quadro em giz escrito: "Hoje CLUSTER SISTERS e o nome do bar", é bem legal!". Contam.

Foto: Maíra Bette Motta
Com quê roupa
"Temos uma grande preocupação com o figurino porque no palco a gente interpreta uma época, um estilo muito específico, anos 50 né, toda aquela elegância, então tudo tem que estar nos conformes. A cópia é proposital, esse regaste histórico faz parte do show. Não nos vestimos assim no dia-a-dia, mas trazemos referências do estilo vintage para nosso guarda roupa sem dúvidas. As saias de cintura alta é a peça mais usada por nós. Mas gosto muito do"pega rapaz", é legal aquele tendinha. Infelizmente não dá pra ficar montada sempre né, a correria requer mais agilidade e conforto, por isso gostamos das roupas do Cezar (Conto do Vigário) ela é prática. A gente no show, mas também no dia-a-dia". Conversam.

Foto: Maíra Bette Motta
Há história de amor
"Nós conseguimos dar mais identidade à nossas roupas quando permitimos que outras pessoas interferissem em nossa produção. Muita coisa aconteceu até termos o apoio da Mini Preço e do Conto do Vigário. No começo nosso figurino era produzido por uma aluna de moda da UEL na época, a Aline Giesel {que hoje confecciona as Bolsas de Feira e já foi entrevistada aqui no site}. Depois o Jonnhy Braz começou a nos vestir e como o estilo é vintage e ele tem um brechó, tem tudo haver. Aí veio a Maíra Feitoza da Pocadot’s e depois a Maria Alícia Filgueiras Gonçalvez, aluna do 5° ano da UEL na época, que desenhou e confeccionou o figurino que usamos na entrevista da Revista TPM. Essa interferência foi muito importante pra gente e ainda é! Às vezes nossa personalidade é rotulada porque interpretamos um estilo no palco, mas não somos assim no dia-a-dia. No palco o look precisa ser mais produzido, elaborado, precisa de muito brilho, paetês, casquetes
tudo isso faz com que o show pareça algo mais natural, esse apelo teatral e essa cinematografia é o que mais personalidade ao projeto Cluster Sisters". Esclarecem.

Foto: Maíra Bette Motta
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