Elisabeth Jhin conseguiu, de fato, reabilitar o horário das 18 horas. Ela manteve os bons índices de Paraíso e Cama de Gato, as antecessoras, ao abordar um tema que sempre despertou a atenção do público: a espiritualidade. Os impressionantes números do sucesso de Nosso Lar, no cinema, só confirmam essa teoria.
Ao falar da vida após a morte, Escrito nas Estrelas, revelou-se um bom folhetim. A história da garota pobre e destemida, Viviane/Vitória, caiu no gosto popular. Adaptada aos novos tempos, a mocinha usou dos avanços da medicina para engravidar do romance à primeira vista, que morreu no primeiro capítulo da história.
O trio protagonista corresponde à responsabilidade dos papeis. Humberto Martins construiu bem o pai amargurado que reencontra o prazer de viver, após a perda do filho, justamente na defesa da idéia de perpetuá-lo, engravidando a pobretona, por quem também se apaixona. Ricos e pobres, como recomenda o bom melodrama. Nathália Dill confirmou que pode estar no primeiro escalão da emissora. Convenceu no papel. Jayme Matarazzo ainda mostra insegurança no primeiro grande personagem, já como protagonista. Ainda não dá pra dizer que ele tem talento de fato, pois o papel que lhe coube oferece pouco espaço para arroubos interpretativos. Escorregou um pouco nas cenas mais dramáticas, mas não pode ficar com a pecha de mau ator.
Só faço uma ressalva à direção de arte. Nas idas e vindas para os outros planos, Daniel troca de roupa. Tudo bem que espíritos não devem ter um figurino, mas também não dá pra deixar os atores nus. Agora... quando o espírito está em paz, usar roupa branca, e quando está angustiado, partir para vestes em tons lúgubres, é brincar um pouco com a nossa inteligência. Ainda bem que é só na novela, né?
De outros personagens, falo ao longo da semana.