Confesso que não gosto do trabalho de Glória Perez. E só passei a assistir Caminhos da Índia com assiduidade depois do convite para escrever aqui no Bonde. Vamos combinar uma coisa? Novelinha chata. Hare baba! Lamento por quem acompanhou a maior parte dos capítulos e viu, dia após dia, o núcleo indiano discutir os dotes, dançar e quantas rúpias a família da noiva, do noivo, seja lá de quem, ganharia com o casamento. E teve que ver o exagero do excelente Osmar Prado, aqui num papel caricato e sem nenhuma importância. E sofrer com a absurda falta de talento de Vera Fischer, muitas vezes parecendo estar num jogral de escola, daqueles bem sofríveis. E ter que ouvir a banda Calcinha Preta entoar aqueles versos medonhos, para Norminha repetir sistematicamente o ritual de traição a Abel. E lamentar Betty Gofmann se transformar num arremedo de idiotice misturada com esquisitice das bravas. E se abanar constrangido quando a Rosane Gofmann clamar para Jesus aliviar-lhe o calor quando o patrão aparece. E suportar a mais chata de todas as chatas do universo inteiro, Camila. E ter paciência para as explicações didáticas, quase infantis da psicopatia, esquizofrenia. E se embasbacar com o excesso de ingenuidade de Sílvia. E sorrir amarelo com os ataques de perua de Melissa. Ainda bem que faltam só dois capítulos.