Já escrevi aqui que são os vilões que imprimem ritmo a qualquer folhetim. Eles acabam sendo os personagens mais interessantes pois movimentam praticamente todos os núcleos de uma obra. Em Escrito nas Estrelas, o serviçal Gilmar, muito bem interpretado por Alexandre Nero, é um crápula daqueles que todos sentem ódio à primeira vista. O ator deu força às maldades e dissimulações do empregado que almeja o poder e dinheiro do patrão.
No mesmo núcleo, orbitou uma dupla carismática e cheia de personalidade, vivida por Zezé Polessa e Débora Falabella. Mãe e filha fúteis e cheias de futricas conseguiram momentos impagáveis no melodrama de Elisabeth Jhin. Sofia e Beatriz até tentaram armar para se dar bem, mas atrapalhadas e limitadas intelectualmente, acabaram virando simulacro de si mesmas, garantindo muitas risadas e piedade do público.
Ponto para as atrizes. Zezé já provara que convence bem no drama, na comédia e nas maldades. Já Débora vinha de sucessivas mocinhas bem comportadas. E mostrou que tem talento e competência para a comédia.
Fazendo contraponto, a megera Judith, de Carolina Kasting, foi outra excelente surpresa. Com carinha de anjo, a atriz conseguiu despertar a fúria de todo mundo como a ex-mulher possessiva e mimada. Foram muitas as sequências de arrepiar. E a autora sobre criar situações banais, do dia a dia, construídas com muita verossimilhança. Percebe-se claramente a entrega de Carolina a um personagem tão cheio de contradições e, por isso mesmo, muito interessante.
A novela das seis que termina esta semana também será lembrada pelos bons vilões compostos por Alexandre Nero, Carolina Kasting, Zezé Polessa e Débora Falabella.