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COMO A GESTÃO PÚBLICA ACONTECE NO BRASIL

29 mai 2012 às 15:07

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ABRAHAM SHAPIRO

Um economista em viagem pelo interior do país queria conhecer a estratégia de municípios muito pobres para prover educação sob condições adversas. Numa pequena cidade, marcou encontro com a secretária de Educação. Em meio à conversa, perguntou-lhe qual era a média de filhos por família ali. A secretária respondeu: "Olha, depende muito do casal. Tem família com média de três filhos, tem família com média de cinco e tem família até com média de nove filhos nessa cidade".

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Nos últimos 30 anos, o Brasil teve avanços notáveis. Tornou-se uma democracia madura, estabilizou a economia, colocou ordem nas contas públicas, distribuiu melhor a renda e ficou exposto à concorrência externa com todos os benefícios que isso traz para a produção e para o consumo. Houve progressos. Mas a tarefa de colocar o país na rota do crescimento sustentável está longe de acabar, e a "euforia" do momento, quando o país apresenta bons indicadores macroeconômicos e o mundo vê melhor o Brasil, pode mascarar os desequilíbrios que aí estão e tendem a permanecer.

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O maior de todos esses desequilíbrios é a deficiência gritante na educação. A defasagem na educação, com as falhas em todos os atores da engrenagem – secretários de Educação, diretores das escolas, professores – é um dos casos mais dramáticos.

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De qualquer modo que se venha medir a qualidade da educação pública no Brasil o resultado é ruim. Num momento em que as fábricas digitais, as impressoras 3D e a nanotecnologia marcam a terceira revolução industrial, a defasagem do país na área da educação pode pôr a perder a chance do Brasil ser competitivo no mundo.


É só acessar os dados sobre o lento crescimento da produtividade. Desde a crise econômica de 2008/2009, a produtividade no país cresce menos de 1% ao ano.


Até agora o crescimento econômico foi sustentando pela forte expansão do consumo, movida a crédito, o que não é garantia de que o país está mais próspero. Os investimentos patinam e a queda dos juros e a desvalorização da taxa de câmbio são necessários, mas insuficientes para sustentar o crescimento.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: [email protected] ou (43) 8814 1473


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