Artigo publicado no
jornal FOLHA DE LONDRINA, em 19/12/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em
Empregos e Concursos
ABRAHAM SHAPIRO
O que está acontecendo com as pessoas em todo lugar? Elas estão ocupadas demais.
Do indivíduo mais simples ao mais poderoso não lhes resta tempo algum para analisar
e decidir sobre possível correção de rumo ou retificação de eventuais falhas no
percurso que desempenharam. Não há tempo nem para pensar. As pessoas passam
décadas completamente ocupadas.
Alguém poderá perguntar: "Mas qual o problema disto? Não pensar é algum mal?"
Quem não pensa, não melhora. Quem não reflete sobre seus atos e não se
autoanalisa, não prospera. Quais chances de sucesso terá o lenhador que trabalha
dias inteiros sem afiar seu machado? Se assim é com uma ferramenta, como não será
com atitudes?
Havia um motorista de carga que fazia o seu trabalho com rapidez, mas levava multas.
Seu patrão queria que ele fosse ágil, porém, sem cometer infrações. A situação se
tornou insustentável. O patrão o ameaçou demitir caso levasse nova multa. Ele aceitou
a condição e prometeu cuidado.
Na viagem seguinte, após percorrer o trajeto costumeiro respeitando limites de
velocidade, sinalizações e regras de segurança, ele chega orgulhoso ao patrão e
declara ter cumprido o compromisso. O patrão o congratula e manda-o descarregar a
mercadoria. Num repente de espanto, o motorista leva a mão à cabeça e diz: "Esqueci
a carga!" E emenda: "Mas não há problema, afinal, eu consegui não ser multado!". E o
patrão: "Há problema, sim, senhor. Evitar multas é sua obrigação. Seu dever era
transportar a carga".
Façamos a analogia. O que simboliza a carga nessa história? Desenvolvimento pessoal.
Ser melhor a cada ciclo, a cada reinício. Esta é a nossa missão. Quanto a ir devagar ou
rápido e tomar multas no caminho, isto é apenas um indicador de nossa atenção. Estas
"multas" correspondem àquelas advertências que recebemos dos que convivem ou
trabalham conosco.
Ocorre que quase todos pensam como o motorista: "Se ninguém me chama a atenção
é porque sou um sucesso". Aparentemente está ok. De fato, não ser criticado parece
bom. Mas não é este o objetivo. Nossa meta nada tem com "multas", mas com o
progresso e desenvolvimento de nossas competências pessoais.
Ao início de 2012, talvez estejamos preocupados com a imagem e as impressões que
os amigos percebem em nós. Todavia, sem efetiva evolução de nossas características,
teremos percorrido o trajeto sem "rebocar a carga". Nosso papel falhou.
Melhoria contínua! Fazer melhor, e não apenas mais. Estas são metas de todo dia. Não
importa se o calendário vai mudar ou quando vai mudar. É para começar já!
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua
filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos:
[email protected] ou (43) 8814 1473