ABRAHAM SHAPIRO
Uma boa empresa, hoje, pode se definhar até sua futura autodestruição, mesmo que
tudo pareça em perfeita ordem. Por quê? As causas mais frequentes são os maus
hábitos. Parece muito com as pessoas. Ganham um pouco mais de dinheiro e passam a
fumar mais, beber mais e a irem para a cama de madrugada.
Empresas também adquirem maus hábitos. E tal como humanos, os maus
hábitoscorporativos produzem enormes prejuízos.
Mas também podem ser evitados.
Subestimar a concorrência é um imenso mal. Aconteceu com as fábricas de veículos
americanas que, não acreditando no poder dos carros japoneses, deixaram suas
próprias concessionárias venderem Hondas, Nissans e Toyotas. Hoje, pagam caro pelo
imenso poder de mercado dos orientais.
Prepotência é outro pecado. O prepotente é aquele que assume suposta
superioridade. Seu desprezo aos outros é o núcleo de sua queda. Aconteceu com
empresas da região: supermercados, casas noturnas, construtoras, imobiliárias,
comércios e indústrias. O padrão é: primeiro conseguem um desempenho excepcional,
e anos depois, são traídas por seu orgulho... e se espatifam na queda inevitável.
Complacência também faz mal. Complacente é o ser bom demais consigo mesmo, a
ponto de se conformar com tudo. Veja a Kodak. Sua competência em tecnologia para
máquinas fotográficas comuns tornou-se uma deficiência na era digital. A
Kodak ainda luta com dificuldade para se adaptar ao novo mundo das
fotografias digitais.
Grave isto: empresas são como pessoas no comportamento - ou aprendem a ser
virtuosas, ou pagam por seus erros. Ver a realidade e saber interpretá-la à luz
do mercado e da satisfação do cliente é a base para não se perder em ações
perniciosas. O problema é que, apesar de todos os exemplos memoráveis, o modo
mais comum de agir é parecido com o episódio captado de uma entrevista de emprego
com um certo candidato, em que o entrevistador lhe pergunta:
- "Quais os seus pontos fortes e fracos?"
- "Bom", ele responde, "minha maior fraqueza, definitivamente é a minha relação com a
realidade: o que é real e o que não é".
- "Ok", diz o entrevistador, "e os seus pontos fortes?"
O rapaz sorri, realizado, e então revela:
- "Meu ponto forte? Você vai gostar de saber." Levanta a cabeça, respira fundo e diz
com voz de herói: "Eu sou o Batman!"
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua
filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos:
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