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O VIAJANTE E O LADRÃO

20 fev 2012 às 10:19

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Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 20/02/2012, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

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Um viajante foi parado por um ladrão que exigiu sua carteira, apontando uma arma. A carteira continha um bom dinheiro. O viajante, assustado, exclamou:
- "Não atire! Eu lhe dou tudo o que tenho. Só preciso de um favor. Se eu voltar para casa de mãos vazias, minha mulher nunca vai acreditar que fui roubado. Ela irá me acusar de ter gasto com jogo ou bebida e vai me bater sem dó. Por favor, dispare vários tiros no meu chapéu, para que eu possa provar a ela o que aconteceu."
O assaltante, não vendo razão alguma para negar o estranho pedido de sua vítima, pega a carteira e, em seguida, atira várias vezes através de seu chapéu.
- "Muito obrigado", diz o viajante. "Ficou bom. Mas você não faz ideia de como é a minha esposa. Ela dirá que não são buracos de bala e que eu mesmo furei o chapéu. Pegue o meu casaco e atire várias vezes nele à queima-roupa. As marcas e o cheiro de pólvora com certeza vão convencê-la".
Mais uma vez o ladrão acedeu atirando no casaco.
Quando o viajante vê que o último tiro do revólver falhou, entende que as balas acabaram. Ele então se lança sobre o ladrão, dá-lhe uns sopapos, recupera a carteira e foge.
Esta é uma metáfora útil para a vida empresarial. Ela aborda o padrão trágico de gestão de muitos empresários, gerentes, chefes etc. Cada um desses tem vícios ou manias que o impedem de alcançar seu potencial de líder. Estes vícios, o ladrão da história, são contrários ao que eles têm de melhor, e querem roubar sua carteira – sua boa energia, a capacidade de compreensão, inteligência e prudência em atuar lógica e objetivamente.
É uma pena que muitos desses gestores descobrem a fraqueza do ladrão só após ele ter atirado todos os tiros contra eles, isto é, depois que sua subjetividade, caráter explosivo, agressividade e teimosia já dispararam toda sua munição e consumiram quase inteiramente seus potenciais de gestão. Aí é que percebem que o ladrão, oco e vazio, pode ser dominado e surrado sem piedade. É quando estes chefes se dão conta de que a liderança verdadeira consiste na simplicidade de subjugar suas manias e assumir atitudes de valor para si, para a empresa, colaboradores, clientes e fornecedores. Contudo, não poucas vezes já é tarde demais.
Feliz do gerente ou chefe que se eleva a líder sem sofrer os assaltos e prejuízos das mazelas e de seu caráter tirano e desprezível.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: [email protected] ou (43) 8814 1473


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