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Aponta relatório

Acidentes em rodovias federais deixam 23 mortos por dia

Agência Estado
23 set 2015 às 17:00

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- Arquivo/Grupo Folha
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Acidentes em estradas federais brasileiras deixaram 23 mortos por dia em 2014, aponta o relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que tem como base dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O estudo mostra ainda que 71 pessoas por dia ficaram feridas com gravidade, o que acarreta impacto sobre o orçamento público e a renda das famílias atingidas.

Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 23, em Brasília, em 2014 ocorreram 169.163 acidentes nas estradas federais fiscalizadas pela PRF, nos quais 8.227 pessoas perderam a vida - cerca de 4% do total. Já em 37% dos casos, ou em 100 mil acidentes, houve feridos - 26 mil destes com severidade, ou seja, com lesões que podem comprometer a vida das pessoas no trabalho e em casa. Os dados estão no relatório Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras.

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Desde o primeiro levantamento, feito pelo Ipea em 2004, houve um aumento de 50,3% nos acidentes em rodovias. O número de mortes subiu cerca de 34,5% e de feridos, cerca de 50%. É preciso considerar, no entanto, que a frota de veículos no País aumentou 121% em dez anos, o que indica que, em relação à quantidade de automóveis, o índice de mortes nas estradas caiu. Por mil veículos, houve redução de 40% das mortes no período. Já os feridos diminuíram cerca de 30%.

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Apesar dos resultados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu, em 2010, a meta de reduzir em 50% o volume de mortes em acidentes de trânsito no planeta até 2020. A seis anos da data limite, ainda falta diminuir esse número em 48% - para se chegar a, no máximo, 4,3 mil mortes por ano.

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Motos


Apesar de os carros estarem envolvidos na maior parte dos acidentes, as motocicletas são proporcionalmente mais letais. Elas respondem por cerca de 18,3% dos acidentes, por 30% das mortes e 40,6% de todas as lesões graves. Nas motos, a cada 2,9 acidentes ocorre morte ou lesão grave, enquanto nos automóveis esses valor é de 8,3.

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As colisões frontais e atropelamentos são tipos de acidentes que apresentam baixa ocorrência (6,5% do total de acidentes), mas respondem por quase metade das mortes nas rodovias federais. A desatenção dos motoristas, ingestão de bebidas alcoólicas e desrespeito às regras de trânsito são as causas mais frequentes dos acidentes com fatalidade.


O Ipea indica a necessidade de adoção de políticas públicas que visem a reduzir tanto a quantidade quanto a gravidade dos acidentes, como políticas de fiscalização e controle da velocidade e verificação das condições dos veículos, além de campanhas educativas aos motoristas e pedestres. O instituto ainda aponta que o poder público deve melhorar a infraestrutura viária com o intuito de evitar acidentes.

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Custos


Os cerca de 170 mil acidentes nas rodovias federais em 2014 geraram um custo para a sociedade de R$ 12,3 bilhões. Desse total, 64,7% estão associados às vítimas, como cuidados com a saúde e perda de produção por causa de lesões ou morte; e 34,7% estão associados aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além dos procedimentos de remoção dos automóveis acidentados.

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O maior valor estimado se refere à perda de produção das pessoas (43%), ou seja, quanto de renda uma vítima de trânsito deixa de auferir tanto ao longo do período em que esteja afastada das atividades econômicas quanto, no caso de morte, em relação a sua expectativa de vida. Os impactos da perda de produção recaem sobre a previdência social e também sobre a família, em função de seu empobrecimento.


O segundo maior custo é o dano veicular, que representa cerca de 30% do total, seguido dos custos hospitalares (20%).

Em média, cada acidente custou à sociedade brasileira R$ 72.705,31. Já um acidente envolvendo vítima fatal teve um custo médio de R$ 646.762,94. Esse tipo de acidente respondeu por menos de 5% do total de ocorrências, mas é 35% dos custos totais.


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