O julgamento dos dois primeiros acusados de matar o jornalista maranhense Décio Sá, em 2012, começou nesta segunda-feira, 3, em São Luís. Jhonatan de Sousa Silva é acusado de ser o atirador que executou Sá com cinco tiros, e Marcos Bruno Silva de Oliveira, é apontado como quem conduziu a moto que levou o primeiro suspeito ao local do crime e deu fuga para o assassino. Eles e os demais 11 acusados de envolvimento no assassinato responderão por homicídio e formação de quadrilha.
A dupla de acusados foi levada ao Tribunal do Júri do Maranhão (TJ-MA), que é presidido pelo desembargador Osmar Gomes dos Santos. Atua na acusação o promotor público Rodolfo Soares dos Reis, auxiliado pelos promotores Haroldo Paiva de Brito e Bendito de Jesus Nascimento. A sessão desta segunda-feira começou com o sorteio dos jurados, formado por sete integrantes - três mulheres e quatro homens, todos de meia-idade e funcionários públicos. Eles ficarão num hotel, incomunicáveis, até o fim do julgamento. Ao todo, serão ouvidas 11 testemunhas - 6 de acusação e 5 de defesa - e, no 1º dia do julgamento, as 3 primeiras foram ouvidas nesta segunda. Das testemunhas ouvidas hoje, duas preferiram falar sem a presença dos réus.
Uma das testemunhas disse aos jurados que viu um dos dois acusados descendo da moto carregando um objeto e que, quando percebeu a fuga, achou que os dois haviam praticado furto e só ligou o que presenciou ao assassinato do jornalista quando soube do crime. No entanto, duas das testemunhas de acusação divergiram quanto à cor da pele do piloto da moto. Uma disse que tinha pele escura e o outro afirmou ser clara. Oliveira é negro.
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Sá foi assassinado com cinco dos seis tiros de pistola .40, disparados dentro do bar Estrela Dalva, na Avenida Litorânea, um dos cartões-postais da capital maranhense, em 23 de abril de 2012, após sair do expediente no jornal O Estado do Maranhão para jantar. De acordo com a acusação, Silva efetuou os disparos que mataram o jornalista, sem sequer cobrir o rosto. Ele teria fugido do local numa moto com a ajuda do outro acusado, mais conhecido como Amaral. Os principais acusados de serem os mandantes do crime são o empresário Glauco Alencar e o pai dele, José de Alencar Miranda.
"A quadrilha enxergou Décio Sá como uma ameaça, pois sabia que o jornalista podia ter mais informações que a incriminasse", afirmou à época o secretário de Segurança Pública (SSP) do Estado, Aluísio Mendes. A motivação do crime seria o medo de denúncias que Sá poderia fazer contra os suspeitos. As investigações apontaram que os envolvidos faziam parte de uma quadrilha de agiotas. O jornalista investigava a ação da quadrilha quando foi executado.