Um tamanduá-mirim foi espancado no final de semana e jogado ainda vivo numa lixeira no bairro Liberdade, na área urbana de Marabá, no sudeste do Pará. "É chocante presenciar tamanha violência gratuita com a vida de um animal inocente", afirmou a veterinária Christina Whiteman, chefe do Núcleo de Fauna da Gerência Executiva do órgão na cidade, que vem tentando, com uso de antibióticos, anti-inflamatórios, suplementos vitamínicos e alimentação especial, salvar a vida do pequeno mamífero.
Um telefonema anônimo avisou o Corpo de Bombeiros dos maus-tratos. Acharam o animal agonizando num monturo na rua Brasil, área carente de Marabá. Levado ao Ibama, o tamanduá recebe, desde domingo, tratamento veterinário e, ainda hoje, corre grande risco de morrer. Segundo Christina, não há fratura evidente, mas o estado letárgico do animal, o sangramento pelo nariz e as várias escoriações pelo corpo indicam que pode haver danos internos, principalmente, na cabeça.
O tipo de ferimento indica que ele pode ter sido ferido por paus ou pedras. "Infelizmente, não é o primeiro caso de ataque gratuito contra animais aqui na região", lamenta a veterinária. Somente neste ano, um homem testemunhou quando um motorista atropelou propositadamente uma sucuri que passava lenta pela estrada e os bombeiros salvaram outro tamanduá-mirim que estava sendo apedrejado por crianças. No mês passado, um tatu também foi alvo de violência praticada por crianças. Uma moradora do bairro Liberdade revelou que apedrejar iguanas, por exemplo, é "diversão" frequente dos jovens de lá.
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"Estamos orientando a população que ferir animais é considerado crime pela lei. E reforçando que mesmo aqueles que possam oferecer risco à população não devem ser feridos ou mortos, como serpentes e jacarés. Em caso de risco, os bombeiros e órgãos ambientais devem ser chamados para retirada do animal. Mas precisamos da conscientização e do apoio de todos, cidadãos comuns e profissionais da área ambiental, para tentar mudar esse cenário de violência contra os animais. Os valores de respeito à vida também devem ser transmitidos às crianças por suas famílias", diz Christina.