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Em Santa Catarina

Após intoxicação, autoridades interditam fábrica de leite

Agência Brasil
23 set 2012 às 15:41

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As secretarias de Saúde e de Agricultura do estado de Santa Catarina lacraram ontem (22) a sede da empresa Papenborg Comércio de Laticínios Ltda., que produz o leite da marca Holandês, no município de Biguaçu, na região metropolitana de Florianópolis.

Até o início da tarde deste domingo (23), 18 crianças que consumiram o produto, embalado em pacotes plásticos, haviam sido internadas nos últimos dias por intoxicação, a maioria delas menores de 2 anos de idade. Algumas delas precisaram de ventilação mecânica. Dez já haviam obtido alta e oito ainda permaneciam em hospitais das regionais de Florianópolis e de Itajaí.

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Laudos preliminares produzidos em laboratório pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apontaram presença de nitrito até dez vezes superior ao máximo tolerado em amostras de leite pasteurizado produzido pela empresa.

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Entre os sintomas da intoxicação por nitrito estão arroxeamento da região em volta dos lábios e falta de ar. A substância induz a oxidação do ferro da hemoglobina, o que impede o sangue de transportar oxigênio.

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"Os internamentos são de crianças pequenas porque elas têm o organismo mais frágil. Em adultos, a exposição contínua ao nitrito pode causar câncer", explicou o médico infectologista Fábio Gaudenzi, diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, em entrevista à Agência Brasil. "A substância não deveria estar presente no leite, a não ser em quantidade muito pequenas, porque ela até pode ser encontrada em adubos que, no pasto, são consumidos pelos animais."


A intoxicação por nitrito é grave e pode levar à morte. "Os casos notificados até agora têm sido relativamente leves, mas as pessoas precisam estar atentas e procurar rapidamente os serviços médicos no caso de algum sintoma", diz Gaudenzi. "O que chama a atenção é o fato de que, entre os casos de internamento, há cinco crianças com menos de 6 meses e que deveriam estar sendo alimentadas exclusivamente por leite materno."


O caso mais grave registrado até o momento é o de uma criança de 3 meses de idade. "Muitas vezes por falta de recursos financeiros, as mães utilizam um produto que não é recomendado para a idade da criança", observa o médico infectologista. "Uma criança nessa faixa etária deveria estar sendo amamentada com leite da mãe ou consumindo um composto lácteo, que pode custar até R$ 60 a lata."

Inicialmente, as autoridades sanitárias haviam determinado a retirada do mercado de dois lotes do leite Holandês, mas uma nova reunião realizada na tarde de ontem (22) determinou a apreensão e a inutilização de todos os estoques do produto, produzidos até a última sexta-feira (21). Com prazo de validade de até cinco dias, o leite teria distribuição restrita a algumas regiões de Santa Catarina.


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