Brasil

Bolsonaro veta Lei Paulo Gustavo, que previa verba para setor cultural

06 abr 2022 às 16:44

O presidente Jair Bolsonaro vetou nesta quarta-feira (6) o PLC (Projeto de Lei Complementar) 73/2021, aprovado no Congresso, que repassaria R$ 3,86 bilhões do FNC (Fundo Nacional de Cultura) para fomento de atividades e produtos culturais em razão dos efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19. O projeto foi batizado de Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao ator e comediante que morreu em maio do ano passado, vítima da covid-19.


A informação foi divulgada na noite desta terça-feira (5) pela Secretaria e o veto ao projeto foi publicado na edição de hoje (6) do Diário Oficial da União.


Argumentos do governo


Entre os argumentos utilizados por Bolsonaro para vetar o repasse de recursos, está o de que a medida fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, por criar uma despesa prevista no teto de gastos, mas sem a compensação, na forma de redução de despesa, para garantir o cumprimento desse limite.


“Ademais, ao adicionar uma exceção à meta de resultado primário, a proposição legislativa incorreria em compressão das despesas discricionárias que se encontram em níveis criticamente baixos e abrigam dotações orçamentárias necessárias à manutenção da administração pública e à execução de importantes políticas públicas, tais como aquelas relacionadas às áreas de saúde, educação e investimentos públicos, com enrijecimento do orçamento público, o que implicaria dano do ponto de vista fiscal”, diz o veto.


Bolsonaro argumentou ainda que o setor já foi contemplado com recursos pela Lei Aldir Blanc, que destinou R$ 3 bilhões para atender emergencialmente o segmento e amenizar os impactos da pandemia na atividade cultural.


Análise do Congresso


O veto será analisado agora pelo Congresso Nacional, em data a ser marcada. Deputados e senadores podem mantê-lo, confirmando a decisão do presidente, ou derrubá-lo. Nesse caso, o projeto seria promulgado e viraria uma nova lei.

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