O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, criticou na manhã deste domingo o que chamou de "partidarização das igrejas". "Temos que combater a intolerância religiosa, mas não podemos partidarizar a igreja. A constituição veda as duas coisas. Sou contra qualquer tipo de partidarismo (em igrejas)", disse o candidato.
Na noite de sexta-feira, dia 07, pastores da Assembleia de Deus Ministério em Santo Amaro pediram votos para o candidato do PRB à Prefeitura, Celso Russomanno, durante culto em igreja da zona sul da capital. Russomanno e seu vice, Luiz Flávio D''Urso, estavam ao lado dos pastores. A legislação proíbe campanha dentro de templos religiosos - considerados bens públicos.
Haddad disse que o PT não pretende entrar na Justiça contra a presença de Russomanno no culto da Assembleia de Deus. "Quem guarda a lei é o Ministério Público (MP). Os partidos não são guardiães da lei. O MP que tem que analisar caso a caso", disse o candidato do PT em entrevista à imprensa, após carreata realizada na região de Taipas, na zona norte de São Paulo.
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O candidato do PT criticou a propaganda eleitoral de Russomanno, sem citar o adversário. "Eu vejo, às vezes, a propaganda eleitoral e não quero citar nomes, mas tem gente que, ao invés de usar o tempo de TV para fazer propostas, está agradecendo pesquisas de intenção de votos. Não é o caso de comemorar o resultado, que não chegou, como se a eleição tivesse acabado", disse. No programa eleitoral da TV, Russomanno tem agradecido aos eleitores da cidade de São Paulo o fato de liderar as pesquisas de intenções de votos.
Segundo Haddad, os candidatos deveriam usar a propaganda eleitoral na TV para apresentar propostas. "É nossa obrigação republicana dizer exatamente o que vamos fazer em caso de vitória para que as pessoas não sejam levadas por uma ilusão sobre o destino de nossa cidade", afirmou Fernando Haddad.
Mensalão tucano
Haddad também criticou a participação no sábado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no programa eleitoral do candidato do PSDB, José Serra. Em sua primeira aparição na propaganda do tucano, FHC citou o caso do Mensalão, suposta compra de votos de parlamentares por petistas no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Devia ter citado o (Mensalão) do PSDB também. Um ex-presidente tem que ter uma postura republicana e ele sabe onde começou isso (Mensalão). Começou em Minas Gerais com o partido dele", afirmou, referindo-se a outro caso de suposta compra de votos ocorrido durante o governo de Eduardo Azeredo (1995-1999).