O capitão do Exército Jurandyr Oschendorf e Souza se manteve calado durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV). "Vou me manter calado. Nada a declarar", disse ao coordenador da CNV, Pedro Dallari. O advogado Rodrigo Roca, que também defende o general reformado Nilton Cerqueira e Jacy Oschendorf (que prestaram depoimento mais cedo), afirmou que orientou seus clientes a permanecerem calados.
"Acredito no trabalho da Comissão, mas o açodamento de alguns declarantes acaba induzindo a Comissão a erro, como na questão da fotografia do coronel (Freddie) Perdigão". Na semana passada o delegado Claudio Guerra afirmou que uma das pessoas na foto do acidente de carro que matou a estilista Zuzu Angel, em 1976, seria o coronel Freddie Perdigão. "Senhor Presidente, não era ele na fotografia. Isso foi um erro histórico", completou Roca.
O advogado alega que "esse engano provocou um transtorno para os familiares e companheiros de farda" de Perdigão e que a informação é "uma inverdade que a população acredita ser verdadeira". "É por essa razão que eles estão ficando em silêncio." Roca também alega que as informações dadas por seus clientes à CNV têm sido usadas em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes cometidos durante a ditadura militar.
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O coordenador Pedro Dallari disse que o silêncio dos militares "é uma manifestação completamente contraditória, porque, se há um erro, o erro só pode ser corrigido com depoimentos, com elementos, com documentos e não com o silêncio".