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Catalunha diz que independência é 'questão de dias'

04 out 2017 às 09:25

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou nesta terça-feira (3) que o ato de proclamação unilateral da independência da comunidade autônoma é apenas uma "questão de dias".

A declaração foi dada em entrevista concedida à rede britânica "BBC" antes do pronunciamento do rei Felipe VI, mas divulgada depois do discurso do monarca, no qual ele chamou as autoridades catalãs de "irresponsáveis" e "desleais".



"Agiremos até o fim desta semana ou o início da próxima", garantiu Puigdemont, que na última segunda-feira (2) evitara falar em declaração de independência e defendera o caminho da "mediação" para solucionar a crise entre Barcelona e Madri.


Segundo o presidente da Catalunha, não há atualmente nenhum canal de diálogo com o governo da Espanha, que ameaça assumir a administração da comunidade autônoma caso ela anuncie sua separação unilateralmente. "Um erro que mudaria tudo", disse Puigdemont, comentando a hipótese de uma intervenção.


Na última segunda, o líder independentista pediu a mediação internacional da União Europeia, mas Bruxelas fechou as portas a essa possibilidade ao dizer que o plebiscito catalão era um "assunto interno" da Espanha. Sem ninguém para intermediar o contato entre Madri e Barcelona, a chance de diálogo desapareceu.


Até o momento, Puigdemont não comentou o pronunciamento do rei Felipe VI, ao contrário da prefeita de Barcelona, Ada Colau. "Nenhuma solução. Nenhuma menção aos feridos. Nenhum apelo ao diálogo. Discurso irresponsável e indigno de um chefe de Estado", escreveu Colau no Twitter.


Em seu discurso, o monarca ignorou os episódios de repressão por parte da polícia espanhola contra os eleitores do plebiscito do último domingo (1º), quando mais de 800 pessoas ficaram feridas, segundo balanço do governo regional.

A consulta popular, tida como inconstitucional pela Espanha, teve a participação de 2,2 milhões de eleitores (41,5% do total), e 90% votaram pela independência da Catalunha. Contudo, boa parte dos apoiadores do "não" preferiu não comparecer às urnas.


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